Manguezal é um ecossistema costeiro que ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais do
mundo ocupando as áreas entremarés. Os remanescentes de manguezais da cidade do Rio de Janeiro, encontram-se distribuídos em três sistemas principais: baía de Guanabara, Sistema Lagunar Jacarepaguá-Barra da Tijuca e baía de Sepetiba, além de uma pequena mancha na praia do Grumari e uma estreita faixa em pontos da margem da Lagoa Rodrigo de Freitas (oriunda de replantio).
Na baía de Guanabara encontramos remanescentes de manguezal nos rios Jequiá (Ilha do Governador) e São João de Meriti. Existem ainda áreas esparsas de vegetação de mangue distribuídas ao redor das Ilhas do Governador e do Fundão e no canal entre a ilha do Fundão e o continente.
A cidade do Rio de Janeiro
Entre as principais funções atribuídas aos manguezais, podemos destacar vários aspectos ecológicos, sociais e econômicos (Soares, 1997): Fonte de detritos (matéria orgânica) para as águas costeiras adjacentes, constituindo a base de cadeias tróficas de espécies de importância econômica e/ou ecológica; Área de abrigo, reprodução, desenvolvimento e alimentação de espécies marinhas, estuarinas, líminicas e terrestres; Pontos de pouso (alimentação e repouso) para diversas espécies de aves migratórias, ao longo de suas rotas de migração; Manutenção da diversidade biológica da região costeira; Proteção da linha de costa, evitando erosão da mesma e assoreamento dos corpos d'água adjacentes;
Controlador de vazão e prevenção de inundações e proteção contra tempestades; Absorção e imobilização de produtos químicos (por exemplo, metais pesados), filtro de poluentes e sedimentos, além de tratamento de esgotos em seus diferentes níveis; Fonte de recreação e lazer, associado a seu alto valor cênico e; Fonte de alimento e produtos diversos, associados à subsistência de comunidades tradicionais que vivem em áreas vizinhas aos manguezais. Normalmente as funções e a importância dos manguezais são atribuídas ao sistema florestal. No entanto, devemos lembrar que em regiões específicas a ocorrência da feição planície hipersalina (ou apicum) deve ser considerada nessa análise.
Assim sendo, podemos destacar como as principais funções desse ambiente hipersalino (Soares, 2006): Zona de “amortecimento” e proteção às florestas de mangue associadas; Fonte de nutrientes para as florestas de mangue associadas, estuários e zona costeira, tanto alóctone (compartimento intermediário na “bacia hidrográfica”), como autóctone (fixação de nitrogênio por cianobactérias); Fonte de carbono orgânico dissolvido; Manutenção da diversidade biológica em diferentes níveis (paisagem, sistema, espécie, genética, estrutural, funcional); Importante componente da dinâmica geomorfológica;
“Refúgio” para florestas de mangue frente à elevação do nível médio relativo do mar associado ao aquecimento global; Manutenção de comunidades biológicas associadas aos manguezais; Área de “expansão” de comunidades biológicas, segundo ciclos tidal e estacional; Área de alimentação de diversas espécies animais, incluindo aves migratórias e; Patrimônio histórico‐arqueológico associado à presença de sítios arqueológicos (sambaquis). Devemos destacar que algumas das funções dos apicuns anteriormente listadas estão associadas à manutenção da integridade da floresta de mangue, portanto afetam diretamente as funções atribuídas ao manguezal como sistema florestal, fato esse que atribui importância estratégica à região desse ecossistema composta por essas duas feições. Pelo anteriormente exposto, podemos observar que os manguezais (incluindo a feição floresta e a feição apicum) de uma forma geral possuem importância vital na manutenção da integridade ambiental, social e econômica das regiões costeiras.
A principal característica desses manguezais é o acentuado nível de degradação da
cobertura vegetal e a forte pressão urbana em seu entorno.
No Sistema Lagunar Jacarepaguá-Barra da Tijuca, destacam-se importantes remanescentes
de manguezais presentes na Lagoa da Tijuca.
No referido estudo Soares (1999) descreve a forte pressão e degradação dos manguezais da Gleba E (atualmente denominada “Península”), como fruto da pressão imobiliária para ocupação daquela área, que veio a culminar com a sua total degradação nos últimos anos.
Uma característica bastante marcante das espécies que compõem as florestas de mangue é sua alta plasticidade, que determina, que florestas com uma mesma composição de espécies, apresentem desenvolvimento estrutural distintos, segundo a variação das características ambientais. Em outras palavras, o mesmo ecossistema pode se apresentar sob diferentes formas em regiões distintas (como por exemplo, quando submetidos a regimes climáticos distintos).
Na baía de Sepetiba encontram‐se os principais remanescentes de manguezais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e um dos principais conjuntos desse ecossistema em todo o estado (Soares, 1997). Nesse sistema, os manguezais são compostos por duas feições: a floresta e as planícies hipersalinas (ou apicuns), as quais estão intimamente integradas entre si e com os demais sistemas naturais que compõem a paisagem, tanto do ponto de vista estrutural e funcional, como no que diz respeito a sua dinâmica (figura 3).
Nessa região merecem destaque os manguezais da área de Guaratiba (figura 4), que compõem a
Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG), administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente.
Essa área, que se estende da ponta de Guaratiba até o rio Piraquê,
Por fim, na baía de Sepetiba encontramos os manguezais que se estendem desde Coroa Grande até
Itacuruçá (figura 2). A porção destas florestas localizadas em Coroa Grande, entre os rios Itimirim e
Itinguçu encontra‐se bastante alterada pela crescente ocupação urbana. Já a porção que se estende
até a localidade de Itacuruçá.
As
sub-regiões hidrográficas
Lagoa Rodrigo de Freitas, mede cerca de 32 km2 e é composta pelo rio Rainha (4,50 km), pelo rio dos Macacos (5,50 km) e pelo rio Cabeças (3,20 km), em grande parte canalizados, que contribuem com água doce para a Lagoa Rodrigo de Freitas, a lagoa está ligada ao mar pelo canal do Jardim de Alah. Essa área inclui os bairros do Jardim Botânico, Humaitá, Horto, Gávea, Leblon, Ipanema e Lagoa, todos situados no município do Rio de Janeiro.
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Jacarés e Pacas ainda resistem á Poluição do rio Saracuruna...
Rio Saracuruna:
Área que se inicia na bacia hidrográfica do rio Saracuruna/Inhomirim (inclusive) até a Bacia do Rio Carioca, inclusive, compreendendo o conjunto de bacias hidrográficas:
- Rio Saracuruna/Inhomirim;
- Rios Sarapuí / Iguaçu;
- Rios Acari / S. J. Meriti;
- Rio Irajá;
- Rio Faria e Timbó;
- Rio Maracanã;
- Rio Carioca;
- E, ainda, as áreas drenantes para a Baía de Guanabara a noroeste, oeste e sudoeste, desde a foz do Rio Suruí, exclusive, até o Pão de Açúcar, inclusive.
Fazem parte dessa região hidrográfica, integralmente, os municípios de Duque de Caxias, Belfort Roxo, Mesquita, São João de Meriti, e Nilópolis e, parcialmente, Petrópolis, Nova Iguaçu, Magé, e Rio de Janeiro.
Sua área se inicia na bacia hidrográfica do Rio Saracuruna/Inhomirim (inclusive) até a Bacia do Rio Carioca, inclusive, compreendendo o conjunto de bacias hidrográficas entre as duas citadas.
A Baixada de Jacarepaguá é um ambiente costeiro formada por uma planície litorânea situada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A Sub-região hidrográfica é limitada pelas encostas atlânticas do Maciço da Pedra Branca, a oeste, pelo Maciço da Tijuca, a leste, pelas Lagoas de Marapendi, Lagoinhas (ou Taxas), Jacarepaguá, Camorim e Tijuca, ao sul, e pela Serra do Valqueire, ao norte
Conheça o Subcomitê Jacarepaguá
A Baixada de Jacarepaguá é um ambiente costeiro formada por uma planície litorânea situada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A Sub-região hidrográfica é limitada pelas encostas atlânticas do Maciço da Pedra Branca, a oeste, pelo Maciço da Tijuca, a leste, pelas Lagoas de Marapendi, Lagoinhas (ou Taxas), Jacarepaguá, Camorim e Tijuca, ao sul, e pela Serra do Valqueire, ao norte. A linha limite ao sul é a linha costeira que segue do Canal da Visconde de Albuquerque até a Ponta de Grumari. Estas lagoas formaram-se após um processo de assoreamento marítimo que resultou na restinga onde se situa a Região da Barra da Tijuca.
O conjunto lagunar de Jacarepaguá possui uma área de, aproximadamente, 13,24 km2. A lagoa de Jacarepaguá é a mais interiorizada do conjunto, e possui a área de 4,07 km2, Camorim comporta-se como um canal de ligação entre as lagoas da Tijuca, a leste e de Jacarepaguá, a oeste e com área de lagoa de 0,80 km2. A lagoa da Tijuca é a maior deste conjunto com 4,34 km2, e a menor é a Lagoinha (ou Taxas) com 0,70 km2. A Região Lagunar de Jacarepaguá é formada pelos rios Guerenguê e Passarinhos provenientes do Maciço da Pedra Branca, pelo Rio Grande (Maciços da Tijuca e Pedra Branca) e pelos rios Pedras e Anil (Maciço da Tijuca).
Toda a área desta sub-região hidrográfica está inserida nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Grumarí no Município do Rio de Janeiro.
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