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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Microplásticos: um dos principais poluentes dos oceanos, saiba mais...

Partículas quase invisíveis são prejudiciais à vida marinha e ao homem.
O que são microplásticos

O microplástico, como o próprio nome diz, é uma pequena partícula de plástico que vem se tornando o principal poluente dos oceanos. Alguns pesquisadores consideram que o tamanho máximo do microplástico é de 1 milímetro, enquanto outros adotam a medida de 5 milímetros.
O grande problema é que, como mencionado em nossa matéria sobre a grande quantidade de plástico nos oceanos, o microplástico altera a composição de certas partes dos oceanos, prejudicando o ecossistema da região e consequentemente a saúde humana.

De onde vêm?

O descarte doméstico inadequado de produtos feitos com plástico e as redes de pesca, origens mais óbvias do problema contribuem muito. Ao chegar à natureza, produtos como garrafas, embalagens e brinquedos que não foram descartados corretamente, passam por um processo de quebra mecânica realizada pela chuva, pelos ventos e pelas ondas do mar, que fazem com que os produtos se fragmentem em pequenas partículas plásticas que se caracterizam como microplástico.
Há também outros suspeitos interessantes mapeados como originadores do problema. Pesquisas preliminares informam sobre o descarte industrial inadequado de plásticos e até mesmo a perda de matérias primas que levam microplástico em sua composiçãopellets plásticos por exemplo, que ao longo do processo logístico acabam dispersos no meio ambiente. E o problema parece se estender em formas inesperadas, a exemplo de um estudo realizado pelaFundação North Sea, em parceria com outras instituições, que aponta a presença de microplásticos também em produtos de beleza e higiene pessoal como esfoliantes, xampus, sabonetes, pastas de dente, delineadores, desodorantes gloss e protetores labiais sob a forma de polietileno (PE), polipropileno (PP), politereftalato de etileno (PET) e nylon.

Os riscos

Pesquisas preliminares já apontam alguns dos riscos à saúde relativos à poluição gerada pelo microplástico. Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa de Sistemas Ambientais da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, aponta que esse tipo de material tem a capacidade de absorver produtos tóxicos encontrados nos oceanos como pesticidas, metais pesados e outros tipos de poluentes orgânicos persistentes (POPs), o que faz com que os danos à saúde da biodiversidade sejam muito maiores.
Plânctons e pequenos animais se alimentam do plástico contaminado e ao serem comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o homem se alimenta desses peixes maiores, está ingerindo também o plástico e os poluentes que se acumularam ao longo da cadeia. Entre os problemas relacionados à intoxicação por POPs estão diversos tipos de disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas.
Mesmo sem estudos definitivos sobre o assunto, cientistas que participaram do First International Research Workshop on the Occurrence, Effects and Fate of Microplastic Marine Debris, realizado na Universidade de Washington em 2008 concluíram que os impactos do microplástico na natureza são altamente perigosos. Dentre eles estão o bloqueio do trato digestivo de pequenos animais e a própria intoxicação por produtos tóxicos presentes no plástico. Em ultima instância, isso poderia levar a um desequilíbrio na cadeia alimentar da região.

Os microplásticos presentes no oceano chegam cada vez mais à mesa. E não apenas pela ingestão de peixes e moluscos - o sal marinho também é um vetor

Microplásticos são encontrados em mares em todo o mundo. A partir daí surgiu a desconfiança de que os sais do mar pudessem conter microplásticos, pois são fornecidos diretamente da água do mar. Para testar a hipótese, cientistas coletaram 15 marcas de sais do mar em supermercados de toda a China. Com a pesquisa, encontraram entre os grãos de sal micropartículas de tereftalato de polietileno de plástico de garrafa de água comum, bem como polietileno, celofane, e uma grande variedade de outros plásticos.
Uma equipe de cientistas mexicanos e holandeses documentou pela primeira vez a entrada de microplásticos na cadeia alimentar terrestre, graças a um estudo de campo desenvolvido na reserva da biosfera de Los Petenes (México).

Apesar de há anos existirem estudos sobre a entrada do plástico na cadeia alimentar marinha, este seria o primeiro a documentar o fenômeno no entorno terrestre, segundo explicou nesta terça-feira à Agência Efe a cientista mexicana Esperanza Huerta.
Huerta, do centro de pesquisa El Colégio da Fronteira Sul, em Campeche, apresentou hoje em Viena na reunião da União Europeia de Geociências o resultado do estudo desenvolvido junto à Universidade de Wageningen, de Holanda.
A pesquisadora expôs que devido à falta de recolhimento e gestão dos plásticos, os habitantes da zona de Los Petenes os queimam e enterram no chão de suas hortas, o que aumenta o risco de microfragmentação.
Para avaliar a situação, os pesquisadores analisaram em setembro o solo, as minhocas, bem como as fezes e as moelas de galinhas domésticas de dez hortas nessa reserva mexicana.
plastico sal
Assim, foi possível documentar a presença de plásticos de diminuto tamanho na terra, dentro das minhocas e nas fezes e moelas das galinhas analisadas, o que pode supor um risco para a saúde humana.
“Este é o primeiro trabalho feito em sistemas terrestres que mostra como o plástico entra na cadeia alimentar”, explicou Huerta.
“Não sei por que não foi feito antes, acredito que talvez não houve consciência para fazê-lo”, acrescentou a pesquisadora, que considerou que as pessoas não sabiam de seu potencial perigo.
Huerta indicou que as minhocas, ao digerirem o plástico, ajudam também a fracioná-lo e essa substância depois passa às galinhas que se alimentam delas.
As galinhas se contaminam diretamente porque beliscam plásticos que estão aderidos restos de comida, segundo expôs.
Huerta assegurou que, dado que Los Petenes é uma reserva da biosfera e seus habitantes recebem educação ambiental, é possível que em outros entornos a situação seja inclusive pior.
O grande problema para a pesquisadora é o costume de queimar os plásticos, o que agrava a contaminação.
“Pensam que ao queimá-lo resolveram o problema. Mas a situação é que então é acessível aos invertebrados do chão e se for acessível para eles, é também para o resto da cadeia alimentar. Para as galinhas, por exemplo. E as pessoas comem galinhas”, resumiu.
Huerta indicou que nas moelas de galinha analisadas encontraram concentrações de microplásticos e que esse órgão é utilizado em diferentes pratos mexicanos.
A pesquisadora apontou que as pessoas com as quais falou confessaram não limpar as moelas por dentro, que somente as lavavam por fora e depois as coziam, uma prática que tem efeito preocupante.
Sobre o possível efeito do consumo de plástico que entrou na cadeia alimentar na saúde humana, a pesquisadora indicou que são necessários mais estudos a respeito, mas o considerou um “grande risco”.
Huerta, que é especialista no estudo de minhocas, expôs que, dependendo da concentração e do tempo de exposição ao plástico, a mortalidade desses invertebrados aumenta de forma clara e sua fertilidade se reduz.
A pesquisadora concluiu sublinhando que, embora o acesso ao plástico melhorou a vida das pessoas, sua escassa degradação é um grande problema e deveria haver algum tipo de regulamento internacional para evitar doenças.

Como colaborar com a diminuição da contaminação

Ainda que haja muita pesquisa a ser feita, já é evidente a importância do debate e da conscientização sobre esse assunto. E você já pode começar a colaborar com a causa.
Utilize menos, reutilize e recicle produtos feitos de plástico. Contribua para o crescimento da coleta seletiva e pressione as autoridades da sua região. Conscientize-se de que suas ações contribuem com o destino de nossa espécie e daquelas que conosco coabitam o planeta.
Visite nossa seção Recicle Tudo para saber como dar o primeiro passo e informe-se sobre os pontos de reciclagem de cada tipo de material!
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o assunto (em inglês):
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/1267-microplasticos-um-dos-principais-poluentes-dos-oceanos.html
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/62-alimentos/4001-estudo-aponta-a-presenca-de-microplastico-no-sal-marinho-de-mesa.html
http://www.ecoguia.net/noticias/cientistas-veem-entrada-de-plastico-na-cadeia-alimentar-terrestre/

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