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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

MINERAÇÃO BELO SUN LICENCIADA!Impactos Ambientais da Mineração...

 02/02/2017 20h12 - Atualizado em 02/02/2017 20h12

Governo concede licença para Belo Sun extrair ouro na região do Xingu

Projeto mineral deve funcionar por 12 anos na região do Xingu.
Estado espera arrecadar R$ 60 milhões com royalties minerais.



Impactos ambientais da Mineração

Os impactos ambientais da mineração afetam os ambientes hidrológicos, atmosféricos, além da biosfera, dos solos e das formas de relevo.


Impactos ambientais da Mineração
Os impactos ambientais da mineração afetam os ambientes 

hidrológicos, atmosféricos, além da biosfera, dos solos e das formas de relevo.

Níveis nocivos de mercúrio são detectados na região da fronteira com o Brasil. Metal é usado em garimpo ilegal de ouro e pode causar graves danos à saúde. Contaminação afeta ainda rios e fauna da Amazônia peruana.
O presidente peruano, Ollanta Humala, declarou nesta segunda-feira (23/05) estado de emergência em 11 distritos da região amazônica, após níveis elevados de mercúrio terem sido detectados nas águas da região. O metal é usado em garimpos ilegais para extrair ouro. A contaminação de rios e da fauna estaria causando danos à saúde da população.

De acordo com um relatório ambiental, na região de Madre de Dios foi detectada a contaminação de mercúrio, com níveis acima do limite permitido, nas águas dos rios e em espécies marinhas. Vários grupos étnicos apresentaram ainda níveis nocivos do metal do organismo, o que pode causar graves problemas de saúde, inclusive morte.

A mineração pode gerar diversos impactos ambientais
A atividade mineradora consiste na extração de riquezas minerais dos solos e das formações rochosas que compõem a estrutura terrestre. Trata-se, assim, de uma das mais importantes atividades econômicas tanto no Brasil como em todo o mundo, com destaque para o petróleo e o carvão mineral. No entanto, é preciso ressaltar que essa prática costuma gerar sérios danos ao meio ambiente.
Os impactos ambientais da mineração são diversos e apresentam-se em diversas escalas: desde problemas locais específicos até alterações biológicas, geomorfológicas, hídricas e atmosféricas de grandes proporções. Portanto, conhecer esses problemas causados e a minimização de seus efeitos é de grande necessidade para garantir a preservação dos ambientes naturais.



Entre as principais alterações nas paisagens e os impactos gerados pela mineração, podemos destacar:

  • Remoção da vegetação em todas as áreas de extração;
  • Poluição dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios;
  • Contaminação dos solos por elementos tóxicos;
  • Proliferação de processos erosivos, sobretudo em minas antigas ou desativadas que não foram reparadas pelas empresas mineradoras;
  • Sedimentação e poluição de rios pelo descarte indevido do material produzido não aproveitado (rochas, minerais e equipamentos danificados);
  • Poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio (muito utilizado na extração de vários tipos de minérios);
  • Mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos elementos químicos oriundos de minas;
  • Evasão forçada de animais silvestres previamente existentes na área de extração mineral;
  • Poluição sonora gerada em ambientes e cidades localizados no entorno das instalações, embora a legislação vigente limite a extração mineral em áreas urbanas atualmente;
  • Contaminação de águas superficiais (doce e salgada) pelo vazamento direto dos minerais extraídos ou seus componentes, tais como o petróleo.



Lago contaminado por componentes químicos resultantes da mineração
Diversos estudos ambientais indicam que muitos dos materiais gerados pela mineração são rejeitos, estes muitas vezes erroneamente descartados. Na produção de ouro, por exemplo, 99,9% de todo material produzido não é aproveitado, sendo muitas vezes depositado de forma deliberada no leito de rios ou em áreas onde as águas das chuvas escoam para a sedimentação de cursos d'água. Na extração de cobre, por sua vez, menos de 1% do que é extraído costuma ser devidamente aproveitado, ao passo que o restante é lixo.
A contaminação por compostos químicos, com destaque para o mercúrio, também é um dos principais danos ambientais provocados pela mineração. Esses compostos são utilizados para a separação de misturas, retirada dos minerais e catalização de reações. Após o processo, costumam ser descartados, o que ocorre muitas vezes de maneira indevida, principalmente em localidades de limitada fiscalização, ou até em minas ilegais, que, além de tudo isso, costumam empregar trabalho análogo ao escravo ou infantil. Essa realidade, infelizmente, é muito comum em países como o Brasil e em territórios dependentes economicamente, a exemplo de muitas nações do continente africano.



Crianças trabalhando em uma mina de ouro na Tanzânia *
Diante dessas considerações, é importante mencionar que a atividade mineradora é, de toda forma, de vital importância para as sociedades. Mas isso não significa, no entanto, que ela deva ser realizada de maneira não planejada e sem a devida fiscalização de suas instalações. É preciso, pois, promover medidas para o correto direcionamento do material descartado e a contenção da poluíção gerada pelos elementos químicos. Além disso, torna-se necessário pensar na utilização sustentável dos recursos minerais a fim de garantir a sua existência para as gerações futuras.

Por Mario Osava, da IPS/Envolverde
A "economia verde" é o novo demônio de boa parte dos ativistas socioambientais que participam dos debates na Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, durante a Rio+20.
Trata-se da nova expansão do capitalismo pela “mercantilização dos bens comuns da humanidade”, em que quatro recursos extraídos da natureza – petróleo, gás, minerais e água – são a base de tudo, sintetizou Carlos Torres, cientista político chileno e colaborador do Observatório Latino-Americano de Conflitos Ambientais (OLCA).
"Temos que pagar por qualquer coisa, inclusive os bens públicos como água e os serviços ambientais da natureza. Mas nossos pagamentos não retornam em termos de melhor qualidade de vida, essa a 'perversidade da economia verde', por isso é preciso 'confrontá-la', construir alternativas", diz Torres.
Nesse contexto, a mineração vive um crescimento explosivo no mundo, especialmente na América Latina. As minas se multiplicam, espalhando danos sociais e ambientais, sem que a pobreza e a desigualdade tenham uma solução, observa o ativista que coordena uma assembleia contra “megaprojetos extrativos” no fórum da sociedade civil que faz parte da Rio+20.
No Brasil, a industria extrativa saltou de 1,6 % do Produto Interno Bruto em 2000 para 4,5% no ano passado e os planos governamentais indicam um aumento maior ainda nas próximas décadas, destacou Carlos Bittencourt, coordenador de estudos do setor no Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).

Serra Pelada, o mais famoso garimpo dos anos 80, reabre agora para exploração do ouro por uma empresa canadense. A Vale planeja duplicar a produção de ferro na Serra de Carajás, o que exige a mesma ampliação da ferrovia que escoa o minério do sul paraense.
Mesmo o Rio de Janeiro se tornou um centro da economia extrativa, com novos portos de exportação de minérios e a construção do maior complexo portuário das Américas em Açu, no norte do estado, uma iniciativa do grupo EBX, do empresario Eike Batista, que também participa do boom mineiro no Chile e na Colômbia.
Mas o maior empreendimento brasileiro é a extração do petróleo do pré-sal, que fez a Petrobras prever investimentos de 236 bilhões de dólares até 2016, gerando encomendas de sondas, navios petroleiros e plataformas que estão reativando a industria naval no país, destacou Bittencourt.
"Essa avalanche que demanda muita energia e água tem, em contrapartida, produzido crescentes resistências populares", concluiu.
No Chile um novo drama, narrado por Juan Carlos Morales, é o projeto da empresa de Eike Batista, de construir em Atacama a maior usina termoelétrica latino-americana, com potencia de 2.350 megawatts. O uso do carvão pulverizado é muito poluente, sua tecnologia já foi banida na Europa, segundo o ativista.
A mineração no norte do Chile exige mais energia, o que justificaria a obra. Mas a região já foi gravemente contaminada por outra termoelétrica durante 40 anos e lá morre uma pessoa de câncer de pulmão por dia, correlaciona Morales. Uma batalha jurídica e a resistência de 70 famílias não estão conseguindo parar o projeto.
A Colômbia, sem a tradição chilena ou peruana de mineração pesada, entrou no clube. Para o atual governo, a mineração é a locomotiva do desenvolvimento, lamentou Camilo Salcedo, pesquisador de políticas ambientais da Universidade Nacional. Já há 5,8 milhões de hectares concedidos para a exploração mineira e lá está presente também o Eike Batista.
Movimentos de resistência também cresceram. Em Bucaramanga, que depende da água das montanhas, um projeto de ouro foi parado pelos protestos. E trava-se uma luta legal para que evitar concessões de lavra em territórios indígenas.
No Peru, a Constituição de 1993, imposta pelo ex presidente Alberto Fujimori, “blinda” as empresas mineiras de todos os riscos. A expansão do setor na última década foi tanta, com impactos tão severos, que um quinto do território nacional vive em “permanente convulsão social”, relatou o peruano Gonzalo Luna.
O projeto Conga, de extração de ouro e cobre na região de Cajamarca, no norte do Peru, enfrenta protestos que chegaram à greve geral, em defesa de quatro lagoas e águas ameaçadas de poluição. No sul, na província de Espinar, trava-se luta similar.
A onda extrativa se estende a muitos países. Também no Haiti sofre uma ofensiva de empresas canadenses em busca de ouro, cobre e prata, denunciou Camille Chalmers, economista e líder de uma rede de organizações sindicais e camponesas por um desenvolvimento alternativo.
No México, produto do Tratado de Livre Comercio com Canadá e Estados Unidos, o setor conta com privilégios constitucionais com a isenção de impostos e mecanismos favoráveis sob o pretexto de estimular investimentos, de forma que um quarto do território nacional já foi concedido à exploração mineira, informou Rosalinda Hidalgo, ativista da água e dos direitos indígenas e camponeses do Estado de Veracruz.
                                      

Um vídeo, mostrando operações ilegais de mineração de ouro que transformaram parte da Amazônia em uma paisagem lunar, tornou-se viral no Youtube depois que um conhecido jornalista de rádio e TV chamou atenção para o caso.
Na semana passada, o jornalista e político peruano Güido Lombardi indicou a seus espectadores um vídeo produzido com uma câmera wing a bordo do Carnegie Airborne Observatory (CAO), um avião usado por pesquisadores para realizar monitoramento e análise avançados das florestas do Peru. O vídeo rapidamente atingiu mais de 60.000 visualizações no Youtube.
A atenção gerada pela transmissão é importante porque a questão da mineração de ouro na Amazônia peruana, apesar de seu crescente impacto, é pouco conhecida.
Voz de Güido Lombardi detalhando o dano causado causado pela mineração de ouro na região de Madre de Dios, no sudeste do Peru (em espanhol).
De acordo com Greg Asner, o cientista do Departamento de Ecologia Global do Carnegie Institute of Science que conduziu o desenvolvimento do CAO, a mineração de ouro afeta mais de 50.000 hectares só na parte sul da região de Madre de Dios. Um estudo ainda a ser publicado, de autoria conjunta de membros da equipe de Asner e pesquisadores peruanos, mostrará que a taxa de expansão quase triplicou nos últimos anos, pulando de 2.166 hectares por ano até 2008 para 6.145 de lá para .
Embora os números citados possam parecer abstratos, a extensão e a totalidade da devastação são impressionantes. Vastas áreas de floresta tropical rica em vida selvagem foram aniquiladas, enquanto córregos de águas claras transformaram-se em fossas lamacentas. Cursos d’água que passam por áreas de mineração tornaram-se vermelho-sangue, carregando toxinas e metais pesados, como mercúrio, para cidades e vilas situadas ao longo de seu curso. Praticamente toda essa atividade mineradora é ilegal.
Dados os danos crescentes causados pela mineração ilegal — incluindo problemas sociais como conflitos violentos, crime, condições precárias de trabalho, tráfico humano e prostituição —, compreender e controlar essa atividade é prioridade para o Ministério do Ambiente peruano. A agência, mais conhecida por sua sigla, MINAM, fez uma parceria com a equipe de Asner para monitorar a atividade mineradora quase em tempo real.
“Os sensores do CAO proveem informação detalhada e praticamente em tempo real sobre os padrões de degradação específicos da atividade de mineração de ouro”, disse ao mongabay.com Ernesto Raez, funcionário do alto escalão do MINAM. “Estamos muito interessados na capacidade da tecnologia a bordo do CAO de detectar focos de mineração ilegal de ouro nos sopés do leste dos Andes (onde são muito menos visíveis e mais fáceis de esconder), bem como traços de resíduos químicos da mineração de ouro na água, especialmente a presença de metais pesados.”
Raez diz que a mineração ilegal de ouro também está afetando áreas elevadas na bacia do lago Titicaca.
“A dimensão da mineração ilegal na bacia do Titicaca, particularmente nas cabeceiras do rio Ramis, é ainda mais chocante do que na floresta (se é que isso é possível), envolvendo intensa destruição de áreas pantanosas nas terras altas com uso de maquinaria pesada. São operações gigantescas. Foi encontrado arsênico no lago Titicaca.”
Ernesto Raez descrevendo o impacto da mineração de ouro (em espanhol).
O governo peruano ainda não tem uma estimativa da extensão das minas de ouro no país, mas Raez estima que a mineração informal chegue a envolver 150.000 pessoas no Peru, o que sugere uma atividade bastante arraigada, gerando uma situação muito difícil de resolver.
Asner diz que, qualquer que seja o número definitivo, está claro que a mineração de ouro está muito mais enraizada do que se estimava.
“Esses números são muito mais altos do que os de relatórios anteriores, tendo sido completamente validados por meio de uma combinação entre CLASlite [o sistema de monitoramento de desmatamento e degradação florestal por satélite usado extensivamente pelo MINAM], CAO e pesquisas de campo não oficiais”, disse Asner ao mongabay.com. “Trabalhar nesse problema com Ernesto e o MINAM é prioridade para a equipe do CAO”.Article published by Brittany Stewart on 2014-03-28.

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* Créditos da imagem: africa924 / Shutterstock



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fontes:http://www.oeco.org.br/colunas/carlos-gabaglia-penna/20837-efeitos-da-mineracao-no-meio-ambiente/
http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/mineracao-matriz-perversa-da-economia-verde-segundo-ativistas
https://pt.mongabay.com/2014/03/video-de-devastacao-causada-por-mineracao-de-ouro-torna-se-viral-no-peru/

* Créditos da imagem: africa924 / Shutterstock

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