O AÇÚCAR MASCARADO NOS ALIMENTOS
A indústria alimentícia ilude muitos de seus consumidores mascarando seus
produtos, fazendo-os parecer saudáveis. Bebidas descritas como “néctar de frutas”,
por exemplo, possuem como maior parte de seu conteúdo o açúcar. Achocolatados
possuem altas doses de açúcar e sódio em sua composição. O desconhecimento da
composição dos alimentos faz com que alguns pareçam uma opção saudável,
quando na verdade não são. A maioria das pessoas não sabe que doces podem ter
altas taxas de sódio, assim como refrigerantes e salgadinhos possuem grandes
quantidades de açúcar. O consumo de sal pelo brasileiro, atualmente está em torno
de 12 gramas diários, quantidade que ultrapassa o dobro do recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de 2000mg (2g) de sódio por pessoa
ao dia, que é o equivalente a 5g de sal. Quanto ao consumo de açúcar, as
recomendações da OMS foram reduzidas de 10% para 5% do total das calorias
diárias. Isso inclui todo o consumo de glicose, sacarose e frutose (ASBRAN -
Associação Brasileira de Nutrição, 2014). Esses componentes são utilizados para conservação, melhora do sabor e aparência. As altas concentrações de aditivos encontradas nos alimentos trazem danos à saúde. Por isso, a ingestão de alimentos industrializados deve ser moderada.
Aditivos e seus efeitos colaterais:
Os conservantes químicos são
aditivos que impedem ou retardam
as alterações provocadas por microrganismos.
A ação antimicrobiana dos
conservantes baseia-se em efeitos sobre
um ou mais dos seguintes componentes/atividades:
DNA, membrana
plasmática, parede celular, síntese
protéica, atividade enzimática, transporte
de nutrientes.
A escolha adequada de um conservante
deve ser feita com base
em alguns fatores, tais como o tipo
de microrganismo a ser inibido, a
facilidade de manuseio, o impacto
no paladar, o custo e a sua eficácia.
A eficácia de um conservante pode
ser influenciada pela presença de
outros inibidores do crescimento de
microrganismos como sal, vinagre e
açúcar, pelo pH e composição do produto,
pelo teor de água do alimento
e pelo nível inicial de contaminação,
seja do alimento ou ambiental (ligados
às condições de processo e às
instalações).Os produtos industrializados possuem grandes quantidades de açúcares, que muitas vezes não são contabilizadas pelos consumidores. De acordo com o Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 13% das calorias ingeridas por um americano adulto vêm do açúcar adicionado. Além dos doces, alguns alimentos salgados também podem conter o ingrediente. Até mesmo produtos considerados saudáveis „escondem‟ valores que muitas vezes podem ser prejudiciais à saúde. Sucos naturais, barras de cereal, iogurtes, granolas e gelatinas que à primeira vista parecem inofensivos, podem se tornar grandes vilões da alimentação (SOUTO, 2014). A PROTEST - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - divulgou os resultados da análise laboratorial (avaliação baseada nos critérios definidos pela Food Agency Standards, agência reguladora do Reino Unido) da quantidade de açúcar presente em 95 diferentes produtos comercializados. Segundo os testes, as categorias com maiores percentuais de açúcar foram: achocolatados em pó (5,45g em uma colher de sopa), refrigerantes de cola (30,3g de açúcar em 1 lata), néctares de uva (22g de açúcar em 200ml), produtos lácteos sabor morango (20g de açúcar num pote de 200g do produto), ketchup (1 colher de sopa possui 2,5g de açúcar) e o leite condensado (1 colher de sopa contém 4g de açúcar). Dentre os demais produtos testados, os que apresentam menor quantidade de açúcar são: a gelatina (menos de 5% de açúcar na composição), o biscoito tipo maisena que possui apenas 1g de açúcar em cada biscoito e o pão tipo bisnaguinha que apresentou 1,56g por unidade de 20g. Além dos doces, alguns alimentos salgados também podem possuir açúcar como esfihas, tabletes de caldo de carne ou galinha, amendoim japonês e lasanhas congeladas. O fato de um alimento ser salgado não influencia a quantidade de açúcar adicionada para conservação ou para que o alimento tenha a cor desejada (SOUTO, 2014). Alguns alimentos podem ter a fama de não conter açúcar, mas uma investigação mais precisa deixa cair por terra essa crença. São eles: -O vinagre balsâmico italiano - que leva 12 anos para envelhecer e passa por testes antes de chegar ao mercado. No entanto, o que se compra no Brasil nem sempre passa pelo processo. Alguns produtores usam vinho e adicionam xarope de caramelo, amido de milho e goma, o que enche o produto de açúcar; AEMS Rev. Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS – Volume 13 – Número 1 – Ano 2016 REVISTA E LE T R Ô N IC A - Molhos de restaurantes chineses e tailandeses - que têm como base amido de milho, goma e outros ingredientes. Pratos com estes molhos possuem as calorias de uma sobremesa; - Chás e sucos em caixinha, mesmo os verdes - várias marcas de suco verde fazem a mistura de vegetais e frutas que contêm açúcar. O mesmo acontece com os chás, que possuem açúcar como conservante; - Iogurte - principalmente os que contêm pedaços de frutas, apresentam quase a mesma quantidade de açúcar que uma barra de chocolate; - Pão integral - mesmo que contenham muitas fibras, os pães integrais acabam tendo quase a mesma quantidade de açúcar e conservantes que o pão branco, além da farinha de trigo branca na composição, pois os pães que contêm apenas farinha integral são bastante duros e pouco atraentes para a maioria dos consumidores (BN-SAÚDE, 2014).
Outro produto que leva grande quantidade de açúcar na sua composição
são as barras de cereal. Elas possuem mais açúcar do que sorvete – as barrinhas
de cereais podem fazer mal à saúde devido à quantidade de açúcar. Algumas
marcas possuem mais de 69% de açúcar em sua composição. Especialistas em
saúde têm focado seus esforços em solicitar à indústria alimentícia a reduzir o
açúcar, o sal e a gordura saturada na composição dos alimentos. O açúcar é barato
e é utilizado a granel em uma grande quantidade de produtos. As empresas que
produzem barras de cereais se defendem e associam os altos índices da substância
à frutose, encontrada em grandes quantidades em frutas e vegetais, matéria-prima
desses produtos. Ao contrário dos petiscos supostamente "saudáveis", algumas
marcas de sorvete oferecem sobremesas com cerca 20% de açúcar, 1/3 do que
contém algumas barras de cereais (BETA VEJA.COM, 2010).
As indústrias tabagistas também estão utilizando açúcar e aromas para
suavizar o gosto de seus produtos e atrair o público mais jovem e mulheres. Uma
quantidade próxima de 10% de açúcar pode compor o tabaco de enrolar e adoçantes
são inseridos no papel de fumar (BETA VEJA.COM, 2011).
O açúcar também pode ser empregado em altas doses em bebidas como o
refrigerante para mascarar o sódio que quando ingerido faz com que o corpo excrete
água e precise repô-la, causando sede. Os refrigerantes de cola ainda contêm
cafeína, um diurético leve que faz o corpo urinar mais, eliminando mais água. O
AEMS Rev. Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS – Volume 13 – Número 1 – Ano 2016 REVISTA
E LE T R Ô N IC A
açúcar também tem sido reconhecido como sendo oito vezes mais viciante do que a
cocaína, o que também garante o vício em alimentos processados e bebidas doces
(MERCOLA, 2015).
3 IDENTIFICAÇÃO DOS RÓTULOS
Todo alimento que seja produzido, comercializado e embalado na ausência
do cliente e pronto para ser consumido, deve seguir as normas e regras da
Resolução RDC 259/2002 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As
informações de declaração obrigatórias são: designação do produto, lista de
ingredientes, conteúdos líquidos, identificação da origem, identificação do lote e
prazo de validade. É direito básico do consumidor a informação adequada e clara
sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
característica, composição, qualidade e preço, bem como, sobre os riscos que
apresentam (ANVISA, 2002).
Ao comprar um produto na prateleira dos supermercados é comum não se
ler as letrinhas pequenas dos rótulos. Dentre as dezenas de nomenclaturas que
classificam um alimento – diet, light, zero, sem adição açúcar, sem glúten, uma
simples atitude pode simplificar e ajudar na importante escolha do melhor produto a
ser adquirido: ler a lista de ingredientes. Os ingredientes estão dispostos sempre de
forma decrescente, por tanto, o primeiro item é o de maior quantidade, seguindo até
o último de menor quantidade na produção daquele alimento. Um alimento
classificado como sem adição açúcar no rótulo não necessariamente é sem açúcar
na prática: ingredientes como maltodextrina, dextrose, xarope de glicose, xarope de
milho, frutose, mel e açúcar mascavo que são amplamente utilizados na confecção
de barras de cereais, cereais matinais, bebidas industrializadas e biscoitos
provocam o mesmo efeito no organismo que o açúcar branco ou refinado
(MEDEIROS, 2015).
Goma Guar: Na produção da Goma Guar é feita a retirada do endosperma do feijão do tipo guar, possui maior a solubilidade em água fria, com isso tem a capacidade de hidratar rapidamente e atingir altas viscosidades é atualmente de grande valor comercial por atuar tanto como espessante ou estabilizante, podendo ser utilizado em cremes, sucos artificiais e achocolatados.
Boa parte desse número se deve à crescente oferta de produtos industrializados ricos nesse ingrediente, já que ele é amplamente utilizado como conservante”, aponta a engenheira de alimentos Karen Guimarães (RJ), do Centro de Competência Alimentação e Saúde da associação de consumidores Proteste. E não raramente ainda adicionamos mais da substância aos preparos diários. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite ideal para adultos é de 50 gramas/dia, o equivalente a dez colheres das de chá. Estima-se que no país o consumo seja de 22 colheres – mais que o dobro do recomendado! Não é só: pães e massas, apesar de salgados, são carboidratos que também são convertidos em açúcar no sangue durante a digestão. Veja a seguir os problemas de saúde provocados por um “organismo melado” e como você pode reverter esse quadro mudando alguns hábitos no dia a dia.




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