Esses componentes são utilizados para conservação, melhora do sabor e aparência. As altas concentrações de aditivos encontradas nos alimentos trazem danos à saúde. Por isso, a ingestão de alimentos industrializados deve ser moderada.
Aditivos e seus efeitos colaterais:
Os conservantes químicos são aditivos que impedem ou retardam as alterações provocadas por microrganismos. A ação antimicrobiana dos conservantes baseia-se em efeitos sobre um ou mais dos seguintes componentes/atividades: DNA, membrana plasmática, parede celular, síntese protéica, atividade enzimática, transporte de nutrientes. A escolha adequada de um conservante deve ser feita com base em alguns fatores, tais como o tipo de microrganismo a ser inibido, a facilidade de manuseio, o impacto no paladar, o custo e a sua eficácia. A eficácia de um conservante pode ser influenciada pela presença de outros inibidores do crescimento de microrganismos como sal, vinagre e açúcar, pelo pH e composição do produto, pelo teor de água do alimento e pelo nível inicial de contaminação, seja do alimento ou ambiental (ligados às condições de processo e às instalações).
Os produtos industrializados possuem grandes quantidades de açúcares, que muitas vezes não são contabilizadas pelos consumidores. De acordo com o Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 13% das calorias ingeridas por um americano adulto vêm do açúcar adicionado. Além dos doces, alguns alimentos salgados também podem conter o ingrediente. Até mesmo produtos considerados saudáveis „escondem‟ valores que muitas vezes podem ser prejudiciais à saúde. Sucos naturais, barras de cereal, iogurtes, granolas e gelatinas que à primeira vista parecem inofensivos, podem se tornar grandes vilões da alimentação (SOUTO, 2014). A PROTEST - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - divulgou os resultados da análise laboratorial (avaliação baseada nos critérios definidos pela Food Agency Standards, agência reguladora do Reino Unido) da quantidade de açúcar presente em 95 diferentes produtos comercializados. Segundo os testes, as categorias com maiores percentuais de açúcar foram: achocolatados em pó (5,45g em uma colher de sopa), refrigerantes de cola (30,3g de açúcar em 1 lata), néctares de uva (22g de açúcar em 200ml), produtos lácteos sabor morango (20g de açúcar num pote de 200g do produto), ketchup (1 colher de sopa possui 2,5g de açúcar) e o leite condensado (1 colher de sopa contém 4g de açúcar). Dentre os demais produtos testados, os que apresentam menor quantidade de açúcar são: a gelatina (menos de 5% de açúcar na composição), o biscoito tipo maisena que possui apenas 1g de açúcar em cada biscoito e o pão tipo bisnaguinha que apresentou 1,56g por unidade de 20g. Além dos doces, alguns alimentos salgados também podem possuir açúcar como esfihas, tabletes de caldo de carne ou galinha, amendoim japonês e lasanhas congeladas. O fato de um alimento ser salgado não influencia a quantidade de açúcar adicionada para conservação ou para que o alimento tenha a cor desejada (SOUTO, 2014). Alguns alimentos podem ter a fama de não conter açúcar, mas uma investigação mais precisa deixa cair por terra essa crença. São eles: -O vinagre balsâmico italiano - que leva 12 anos para envelhecer e passa por testes antes de chegar ao mercado. No entanto, o que se compra no Brasil nem sempre passa pelo processo. Alguns produtores usam vinho e adicionam xarope de caramelo, amido de milho e goma, o que enche o produto de açúcar; AEMS Rev. Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS – Volume 13 – Número 1 – Ano 2016 REVISTA E LE T R Ô N IC A - Molhos de restaurantes chineses e tailandeses - que têm como base amido de milho, goma e outros ingredientes. Pratos com estes molhos possuem as calorias de uma sobremesa; - Chás e sucos em caixinha, mesmo os verdes - várias marcas de suco verde fazem a mistura de vegetais e frutas que contêm açúcar. O mesmo acontece com os chás, que possuem açúcar como conservante; - Iogurte - principalmente os que contêm pedaços de frutas, apresentam quase a mesma quantidade de açúcar que uma barra de chocolate; - Pão integral - mesmo que contenham muitas fibras, os pães integrais acabam tendo quase a mesma quantidade de açúcar e conservantes que o pão branco, além da farinha de trigo branca na composição, pois os pães que contêm apenas farinha integral são bastante duros e pouco atraentes para a maioria dos consumidores (BN-SAÚDE, 2014).
Outro produto que leva grande quantidade de açúcar na sua composição são as barras de cereal. Elas possuem mais açúcar do que sorvete – as barrinhas de cereais podem fazer mal à saúde devido à quantidade de açúcar. Algumas marcas possuem mais de 69% de açúcar em sua composição. Especialistas em saúde têm focado seus esforços em solicitar à indústria alimentícia a reduzir o açúcar, o sal e a gordura saturada na composição dos alimentos. O açúcar é barato e é utilizado a granel em uma grande quantidade de produtos. As empresas que produzem barras de cereais se defendem e associam os altos índices da substância à frutose, encontrada em grandes quantidades em frutas e vegetais, matéria-prima desses produtos. Ao contrário dos petiscos supostamente "saudáveis", algumas marcas de sorvete oferecem sobremesas com cerca 20% de açúcar, 1/3 do que contém algumas barras de cereais (BETA VEJA.COM, 2010). As indústrias tabagistas também estão utilizando açúcar e aromas para suavizar o gosto de seus produtos e atrair o público mais jovem e mulheres. Uma quantidade próxima de 10% de açúcar pode compor o tabaco de enrolar e adoçantes são inseridos no papel de fumar (BETA VEJA.COM, 2011). O açúcar também pode ser empregado em altas doses em bebidas como o refrigerante para mascarar o sódio que quando ingerido faz com que o corpo excrete água e precise repô-la, causando sede. Os refrigerantes de cola ainda contêm cafeína, um diurético leve que faz o corpo urinar mais, eliminando mais água. O AEMS Rev. Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS – Volume 13 – Número 1 – Ano 2016 REVISTA E LE T R Ô N IC A açúcar também tem sido reconhecido como sendo oito vezes mais viciante do que a cocaína, o que também garante o vício em alimentos processados e bebidas doces (MERCOLA, 2015). 3 IDENTIFICAÇÃO DOS RÓTULOS Todo alimento que seja produzido, comercializado e embalado na ausência do cliente e pronto para ser consumido, deve seguir as normas e regras da Resolução RDC 259/2002 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As informações de declaração obrigatórias são: designação do produto, lista de ingredientes, conteúdos líquidos, identificação da origem, identificação do lote e prazo de validade. É direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, característica, composição, qualidade e preço, bem como, sobre os riscos que apresentam (ANVISA, 2002). Ao comprar um produto na prateleira dos supermercados é comum não se ler as letrinhas pequenas dos rótulos. Dentre as dezenas de nomenclaturas que classificam um alimento – diet, light, zero, sem adição açúcar, sem glúten, uma simples atitude pode simplificar e ajudar na importante escolha do melhor produto a ser adquirido: ler a lista de ingredientes. Os ingredientes estão dispostos sempre de forma decrescente, por tanto, o primeiro item é o de maior quantidade, seguindo até o último de menor quantidade na produção daquele alimento. Um alimento classificado como sem adição açúcar no rótulo não necessariamente é sem açúcar na prática: ingredientes como maltodextrina, dextrose, xarope de glicose, xarope de milho, frutose, mel e açúcar mascavo que são amplamente utilizados na confecção de barras de cereais, cereais matinais, bebidas industrializadas e biscoitos provocam o mesmo efeito no organismo que o açúcar branco ou refinado (MEDEIROS, 2015).
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