Possuem menor adição de produtos químicos e não carregam resquícios de pesticidas que causam danos a saúde
Portal e-Cicle
Os vinhos tradicionais passam por um processo verdadeiramente industrial, carregam resíduos e possuem diversos impactos ambientais (saiba mais
sobre os impactos da vinicultura). Em contramão disso, existem os vinhos com processos produtivos mais ecológicos:
vinhos orgânicos, vinhos biodinâmicos e vinhos naturais.
Muitos ainda torcem o nariz, talvez por não saberem o que são vinhos orgânicos, mas aos poucos eles estão invadindo o mercado em conjunto com a onda sustentável mundial e já são produzidos em diversos continentes.
Os vinhos orgânicos têm um sistema de produção de base ecológica, com o uso de boas práticas agrícolas para manutenção e melhoria da fertilidade do solo. Há o gerenciamento racional da vinha (conhecida também como parreira) e a interação com a fauna e com a flora do ambiente em que a planta cresce. Na cultura orgânica, não são utilizados herbicidas, fungicidas ou pesticidas químicos para eliminar as pragas que prejudicam a uva. Adubos químicos e materiais sintéticos também passam longe dessa produção, já que são absorvidos pela raiz e podem contaminar a planta.
Os métodos biológicos e mecânicos são prioridade, propiciando equilíbrio e diversidade do ecossistema agrícola, com qualidade ambiental, bem-estar animal e saúde humana.
Esse tipo de cultivo exige um trabalho extremamente complexo dos produtores, mas os benefícios para o equilíbrio da natureza e para a saúde do consumidor final do vinho a longo prazo são muitos.
Na agricultura orgânica as atividades microbiológicas do terreno são fomentadas e qualquer substância não derivada diretamente da natureza é evitada. Alguns produtores acreditam que a adição de itens industrializados é como um veneno para o solo que inibe a expressão do
terroir (termo que designa um conjunto de fatores vinícolas, como a geologia, a topologia, o clima e o produtor vinhateiro). Além disso, a vinicultura orgânica prioriza a saúde do consumidor, pelo desejo de não existência de eventuais resíduos químicos de agrotóxicos no vinho.
O respeito aos ciclos biológicos é fundamental na produção orgânica: rotação dos solos, utilização do sistema de
pousio, técnicas tradicionais de cultivo e colheita. Fertilizantes químicos são substituídos por adubos de origem orgânica, de preferência reutilizando materiais encontrados ao redor da região de cultivo, impedindo o esgotamento do solo. A sustentabilidade também é empregada com relação aos recursos naturais utilizados, como a água.
Polêmicas
Contudo, não existe regulamentação única para o que pode ou não ser considerado um vinho orgânico. Ser rotulado como vinho orgânico não garante que o vinho tenha ausência total de
sulfitos. Algumas soluções artificiais como leveduras selecionadas e conservantes como o dióxido de enxofre são permitidos. Há também o uso de feromônios produzidos sinteticamente que causam confusão sexual nos insetos que atacam as uvas. A adição de ácido tartárico não é permitida para o controle da acidez, mas é tolerada, a adição de suco de algumas frutas cítricas produzidas organicamente.
Se você estiver procurando vinhos sem sulfito, procure essa informação de forma explícita no rótulo.
O regulamento identifica as técnicas e substâncias enológicas autorizadas para a produção do vinho orgânico, inclusive durante os processos e as práticas enológicas. Os produtos do setor vitivinícola devem ser produzidos a partir de matéria-prima orgânica. O ácido sórbico e dessulfurização não são permitidos e o nível de sulfitos em vinho orgânico deve ser pelo menos de 30-50 mg por litro inferior ao seu equivalente convencional (dependendo do teor de açúcar residual).
O teor máximo de sulfitos foi fixado em 100 mg por litro de vinho tinto (150 mg/l para o convencional) e 150 mg/l para o branco e rosé (200 mg/l para os convencionais), com um diferencial de 30mg/l , quando o açúcar residual do conteúdo for maior do que 2g por litro.
Além das práticas enológicas, o vinho orgânico deve, claro, ser produzido a partir de uvas orgânicas.
As normas de certificação facilitam não só o mercado interno, mas também para reforçam a posição dos vinhos orgânicos a nível internacional. Diversos países produtores de vinho (EUA, Chile, Austrália, África do Sul) possuem normas para os vinhos biológicos.
Alguns órgãos certificadores de vinhos orgânicos: IBD, INFOAN, USDA, Ecocert.
Nos Estados Unidos, o USDA (departamento de agricultura norte-americano), utiliza níveis de classificação para cultura orgânica que variam de 75 a 100% orgânico.
A FDA (Food and Drug Administration) obriga que produtos que contém 10 mg ou mais de SO2 apresentem no rótulo a inscrição “contém sulfito” (ou SO2, ou INS 220). Contudo, não há obrigatoriedade de revelar qual o teor em cada produto. O Brasil segue o padrão americano, a Anvisa aceita que o vinho tradicional contenha até 350mg.
Os vinhos orgânicos brasileiros seguem a norma de produção orgânica, onde: produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos, deverão ser identificados os ingredientes não orgânicos e poderão utilizar o termo "ORGÂNICO" ou "PRODUTO ORGÂNICO", produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos, os rótulos deverão identificar esses ingredientes orgânicos e apresentar os dizeres: "PRODUTO COM INGREDIENTES ORGÂNICOS" e produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos, não poderão ter nenhuma expressão relativa à qualidade orgânica.
Mesmo que a adição de sulfitos seja feita, os
vinhos orgânicos os possuem em menor concentração. Além disso, não possuem resíduos de agrotóxicos e outros produtos químicos prejudiciais utilizados no cultivo de uvas e vinificação tradicional. No final das contas, obviamente esses vinhos são muito mais saudáveis do que um de agricultura convencional e fabricado de forma industrial (
entenda como funciona a produção de vinho).
A FDA (Food and Drug Administration) obriga que produtos que contém 10 mg ou mais de SO2 apresentem no rótulo a inscrição “contém sulfito” (ou SO2, ou INS 220). Contudo, não há obrigatoriedade de revelar qual o teor em cada produto. O Brasil segue o padrão americano, a Anvisa aceita que o vinho tradicional contenha até 350mg.
Os vinhos orgânicos brasileiros seguem a norma de produção orgânica, onde: produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos, deverão ser identificados os ingredientes não orgânicos e poderão utilizar o termo "ORGÂNICO" ou "PRODUTO ORGÂNICO", produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos, os rótulos deverão identificar esses ingredientes orgânicos e apresentar os dizeres: "PRODUTO COM INGREDIENTES ORGÂNICOS" e produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos, não poderão ter nenhuma expressão relativa à qualidade orgânica.
Mesmo que a adição de sulfitos seja feita, os
vinhos orgânicos os possuem em menor concentração. Além disso, não possuem resíduos de agrotóxicos e outros produtos químicos prejudiciais utilizados no cultivo de uvas e vinificação tradicional. No final das contas, obviamente esses vinhos são muito mais saudáveis do que um de agricultura convencional e fabricado de forma industrial (
entenda como funciona a produção de vinho).
Hoje, voltaram ao
mercado vinhos feitos à moda antiga, sem agrotóxicos, fermentados em tanques de madeira e com o mínimo de maquinário possível.
Dentro dos vinhos fermentados orgânicos, enquadram-se três diferentes tipos: os
orgânicos simples, os biodinâmicos e os naturais. Conheça essas categorias mais
saudáveis (
vinhos ecológicos) e veja quais se adequam melhor ao seu gosto:
Orgânicos simples
Os vinhos orgânicos têm um sistema de produção de base ecológica, com o uso de boas práticas agrícolas para manutenção e melhoria da fertilidade do solo. Há o gerenciamento racional da vinha e a interação com a fauna e flora do ambiente em que a planta cresce. Na cultura orgânica, não são utilizados herbicidas, fungicidas ou pesticidas químicos para eliminar as pragas que prejudicam a uva. Adubos químicos e materiais sintéticos também passam longe dessa produção, já que são absorvidos pela raiz e podem contaminar a planta.
Os métodos biológicos e mecânicos são prioridade, propiciando equilíbrio e diversidade do ecossistema agrícola, com qualidade ambiental, bem-estar animal e saúde humana.
Esse tipo de cultivo exige um trabalho extremamente complexo dos produtores, mas os benefícios para o equilíbrio da natureza e para a saúde do consumidor final do vinho a longo prazo são muitos.
Se não usam pesticidas, como fazem para combater as pragas naturais? Simples: a plantação de gramas e flores, ao se misturar com as parreiras, atrai os insetos e ajudam a atacar os pequenos inimigos. O domínio das ervas indesejadas, composto pela própria natureza, é combatido pelos insetos e outros animais que vivem entre as plantações. Galinhas e patos ajudam na diminuição das pragas e cavalos podem ser utilizados para se ter um terreno aerado.
Saiba mais sobre vinhos orgânicos
aqui.
Biodinâmi
Biodinâmicos
Biodinâmicos são, basicamente, os orgânicos produzidos a partir de uma filosofia diferente, a antroposofia. Para o filósofo, artista e esoterista, Rudolf Steiner, idealizador da antroposofia, os seres humanos não estão na terra isolados do cosmos. Esses, como todos que habitam o planeta, sofrem influências das energias que os rodeia, recebendo e refletindo energias positivas ou negativas. Isso, aplicado nos vinhos, significa fazer uso das práticas antigas, além de levar em conta as fases da lua. É usado, portanto, o conceito de adubo como um renascimento da terra e não uma simples nutrição da mesma, como seria para os orgânicos.
Para que o alimento seja equilibrado e saudável, ele precisa vir de uma planta idem. A antroposofia, acredita que para uma planta, ou qualquer outro ser vivo, estar em perfeito equilíbrio, ele precisa estar integrado da maneira mais natural possível no sistema onde vive. Bom, e aí entra tudo: a lua, o sol, o universo e os 4 elementos( água, terra, fogo e ar).
O selo de certificação para produtos biodinâmicos mais conhecido é do Instituto Demeter. A
Demeter estabelece o máximo de 70mg/L de sulfitos em vinhos tintos, 90mg/L em vinhos brancos ou rosés e cerca de 210mg/L em vinhos doces brancos.
Outro diferencial é a formulação de preparados exóticos que visam, além de tudo, harmonizar o solo. É usado esterco bovino fermentado dentro de um chifre de vaca, que é enterrado no inverno ou, se não, pode ser substituído por sílica misturada com água de chuva no chifre. Essa prática lembra procedimentos da homeopatia, pois, antes de ser enterrado, o conteúdo desses é diluído e energizado ou ativado por um processo de dinamização.
Os vinhos prezam pela mínima intervenção, com preparados biodinâmicos no lugar de tratamentos químicos, leveduras selvagens em vez das leveduras selecionadas, e baixíssimo nível de sulfitagem (adição de sulfito ao vinho como conservante).Pela mínima interferência do homem ou de aditivos sintéticos, os defensores da filosofia, alegam que esses vinhos são a expressão máxima do terroir de uma região.
Naturais
Os vinhos naturais não excluem a prática de alguma técnica orgânica ou biodinâmica, pois ele descarta totalmente o uso de químicos e quaisquer atividades tecnológicas. Sendo esse, portanto, o mais extremo de todos os “vinhos verdes”, é produzido sem maquinário nem controle de temperatura e com métodos bem ancestrais. São mais delicados e frágeis, o que demanda transporte cuidadoso e atenção com alterações bruscas de temperatura, além de controle da exposição à luz solar.
Não julgue pela aparência! Quanto menos transparente for o vinho, mais indica que não houve muita manipulação na bebida. Os vinhos são turvos por não passarem por filtragem ou clarificação. Os naturais e os biodinâmicos são os menos concentrados e alcoólicos e, com isso, exibem um maior frescor, aromas florais, de frutas frescas e da levedura. E, diferente dos outros “verdes”, esses vinhos não têm uma certificação, pois geralmente, os trabalhadores possuem um próprio estatuto das práticas dos vinhos naturais.
O paradoxo do vinho
O anidrido sulfuroso ou dióxido de enxofre (SO2) é o produto enológico mais usado na adega. Sua principal função é de antioxidante, desinfetante e fungicida, além de melhorar o aroma e afinar a cor. Esse elemento garantirá condições melhores para os processos de vinificação da bebida, elimina bactérias e as leveduras indesejáveis e mais frágeis, o que faz com que somente os melhores sobrevivam e lidem com o processo fermentativo que seguiria. Os sulfitos se formam a partir do contato do SO2 com a bebida.
Entretanto, para muitas pessoas, o sulfito é um inimigo para os bebedores de vinho. Pelo seu potencial tóxico, algumas pessoas podem sentir desconfortos, como dores de cabeça, nos consumos moderados. Para as mais sensíveis, como as que sofrem da asma, ele poderia causar reações alérgicas mais graves. Por isso, o ideal é que a presença dele seja a menor possível. Segundo a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a concentração permitida de sulfitos nos vinhos, sem ser aqueles orgânicos ou biodinâmicos, é de 0,035 g por 100 ml.
O crescimento da oferta desses vinhos vem crescendo pelo mundo e seus métodos mais sustentáveis são tão atrativos que, hoje, é possível dizer que são uma tendência.
O vinho pode ser muito benéfico para a saúde, se consumido com moderação, de uma fonte confiável, de preferência orgânico e com o mínimo de aditivos químicos possível. A
Loja eCyclepossui em seu catálogo opções de rótulos orgânicos, confira
aqui.
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/62-alimentos/4306-vinhos-organicos-oferecem-seguranca-saude-do-consumidor-menor-impacto-no-meio-ambiente-sulfitos-agrotoxicos-residuos-ambiental-fertilizantes-verde-ecologico-sustentavel-produto-beneficio-fabricacao-biodinamico-natural-vinicultura-alternativa.html