Certamente você já ouviu falar em lixo hospitalar e também nos perigos causados pela contaminação involuntária, mas, afinal, quais são todos os tipos de lixo hospitalar que normalmente são descartados no Brasil? No post de hoje iremos apresentar uma relação com os principais produtos de uso médico que vão parar no lixo e, principalmente, os riscos de entrar em contato com produtos químicos altamente contagiosos, acompanhe!
Lixo hospitalar: classificação
É considerado lixo hospitalar (resíduo hospitalar) substâncias sólidas, semissólidas e em estado líquido como: sangue e hemoderivados, excreções, líquidos orgânicos, secreções em geral, meios de cultura, tecidos e órgãos, peças anatômicas, seringas e gazes usadas, filtros de gases aspirados, resíduos de áreas de isolamento e de laboratórios clínicos, assim como lixo hospitalar de unidades de atendimentos ambientais e de unidades de internação.
Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o lixo hospitalar deve ser descartado da maneira correta, com todos os resíduos embalados de acordo com a procedência e, principalmente, em relação às substâncias presentes. A preocupação é valida, pois somente 60% de todo o lixo hospitalar produzido é coletado da maneira correta aqui no Brasil, um número bem inferior se compararmos com países desenvolvidos.
Uma das alternativas que hospitais e clínicas desenvolvem para evitar a contaminação de pessoas a partir do contato com lixo hospitalar é separar em sacos coloridos de acordo com a procedência. Assim, ao chegar no lixo comum do estabelecimento, já é possível identificar o que precisa ser levado para um depósito adequado para tratamento.
Lixo hospitalar: cuidados necessários
Os cuidados para evitar contaminação por lixo hospitalar são fundamentais tanto em razão da integridade física das pessoas, como também pela influência negativa que pode gerar no meio ambiente. No primeiro caso, o resíduo hospitalar pode estar infectado com vírus e bactérias de pacientes, o que é altamente contagioso. Além disso, também há preocupação com drogas e remédios manipulados que são descartados e podem ser perigosos devido a ingestão por terceiros.
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou lixo hospitalar, são problema bastante sério para os administradores desse setor, hora gerando mitos entre funcionários, pacientes, familiares e vizinhos de hospitais e aterros sanitários, hora sendo responsabilizado por casos de infecções.
Contaminação
O maior problema é o chamado lixo infectante – classe A, que representa um grande risco de contaminação, além de poluir o meio ambiente. Há estabelecimentos não fazem a separação deste material, que acaba indo para os aterros junto com o lixo normal ou para a fossa.
Outro problema é o chamado lixo perigoso – clase B, cuja destinação final, atualmente, fica sob responsabilidade dos hospitais.
O material recolhido nos hospitais, acondicionado segundo normas que variam em função do grau de periculosidade dos produtos, geralmente é levado a um aterro próprio.
Já o lixo classe C dos hospitais – também devidamente separado – fica sujeito ao mesmo sistema de recolhimento do restante da cidade, indo parte para reciclagem e parte para a coleta normal, que inclui apenas o material orgânico destinado ao aterro sanitário.
Separação do Lixo
O treinamento para a separação desse tipo de resíduo é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que oferece subsídios para que os hospitais e clínicas elaborem planos de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde. O objetivo é adequar a estrutura das unidades para o tratamento correto dos resíduos.
Segundo as normas sanitárias, o lixo hospitalar deve ser rigorosamente seperado e cada classe deve ter um tipo de coleta e destinação. De acordo com as normas, devem ser separadas conforme um sistema de classificação que inclui os resíduos infectantes – lixo classe A, como restos de material de laboratório, seringas, agulhas, hemoderivados, entre outros, perigosos – classe B, que são os produtos quimioterápicos, radioativos e medicamentos com validade vencida – e o lixo classe C, o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em material orgânico e reciclável.
O treinamento visa adequar os estabelecimentos às normas de tratamento do lixo hospitalar, estabelecidas na Lei Federal nº 237. Os hospitais têm prazo para apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos e, com isso, obter um licenciamento ambiental e adaptar-se às exigências legais. Caso não consigam o licenciamento, ficam sujeitos à aplicação de multas.
Lixos Infectantes
Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
– Sangue hemoderivados
– Excreções, secreções e líquidos orgânicos
– Meios de cultura
– Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas
– Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas
– Resíduos advindos de área de isolamento
– Resíduos alimentares de área de isolamento
– Resíduos de laboratório de análises clínicas
– Resíduos de unidade de atendimento ambiental
– Resíduos de sanitário de unidades de internação
– Objetos perfurocortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos.
Processos de Destino
– Incineração: é um exemplo de excesso de cuidados, trata-se da queima o lixo infectante transformando-o em cinzas, uma atitude ambientalmente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.
– Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito utilizado. Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas, mas o espaço para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades.
Parte dos hospitais tomam pouca providência com relação às toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se ou a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou simplesmente queimam os resíduos.
Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes. O desconhecimento faz com que o chamado “lixo hospitalar”, cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.
Lixos Não-Infectantes
– Especiais
Radioativos, compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).
– Comuns
Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos.
Classes dos Resíduos
Classe 1 – Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 – Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 – Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos se degradam muito lentamente quando dispostos no solo. Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
Observação: essa matéria é apenas informativa. Aconselhamos consultar os órgãos competentes no caso de usar esse texto profissionalmente.
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Destinação correta do lixo hospitalar
O descarte irregular deste tipo de material acarreta riscos à saúde e ao meio ambiente. Saiba quais são as formas adequadas para a destinação do
lixo hospitalar
Das 149 mil toneladas de resíduos urbanos gerados no país por dia, estima-se que 1% a 3% são resíduos dos serviços de saúde (RSS). Agulhas, bolsas de sangue, seringas, curativos, medicamentos a até mesmo materiais radioativos estão entre os principais resíduos descartados por unidades de saúde, necrotérios, consultórios e clínicas veterinárias.
Grupo A (potencialmente infectantes): nos quais é detectada a presença de agentes biológicos com risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado.
Grupo B (químicos): neste tipo são encontradas substâncias químicas que causam riscos à saúde e ao meio ambiente, como medicamentos, reagentes, entre outros.
Grupo C (rejeitos radioativos): materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão.
Grupo D (resíduos comuns): resíduos que não estão contaminados, como gesso, luvas e outros materiais recicláveis.
Grupo E (perfurocortantes): objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.
O descarte, portanto, ocorre de acordo com o grau de risco dos materiais. Resíduos sólidos dos grupos A e C, os mais perigosos, devem ser acondicionados em sacos plásticos grossos, branco leitoso, resistentes e com a identificação apropriada para indicar a presença de substâncias infectantes e radioativas. Já os itens perfurocortantes são armazenados em recipientes rígidos e vedados. A eliminação destes dejetos é feita através de incineração.
No caso dos plásticos, metais, papel, papelão, vidros e outros materiais recicláveis, deve ser feito o encaminhamento para o processo padrão de reciclagem.
É possível reciclar lixo hospitalar?
Reciclar o lixo é uma tendência mundial. A preocupação em reaproveitar materiais já é bem comum no Brasil, principalmente no Paraná, um dos estados pioneiros nessa atividade. Muitas pessoas, porém, não sabem que não só o lixo doméstico pode ser reciclável. O lixo hospitalar, ou melhor, algumas modalidades dele, também é reciclável. Na capital, os hospitais já estão realizando esta prática com certa freqüência.
Segundo a presidente da Comissão Multidisciplinar do Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços e Saúde do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lídia Lima, a tendência de reciclagem nos hospitais acontece desde 1992, quando se começou a reciclar papelão. "Frascos de soro, caixas de medicamento, bulas, embalagens plásticas de seringa, a própria capa da agulha, todos esses materiais são reciclados", explicou, destacando que isso gera uma boa redução na quantidade de resíduos produzidos por um hospital.
Conforme a enfermeira gestora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Cajuru, Jurinã Oromi Lopes, o hospital também tem essa preocupação em reciclar o lixo, evitando desperdícios e a geração de resíduos sólidos em exagero. "Os 1,3 mil funcionários do hospital estão sendo treinados para saber identificar e separar o que é possível reciclar", explicou. Ela lembrou que em uma semana o Cajuru produz 5.700 quilos de resíduos. Desse total 15,6% é material reciclável. "Estamos treinando os funcionários para aumentar esse percentual", revelou.
FONTE:
http://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-residuo-hospitalar/residuos-hospitalares/
http://hiagoon.no.comunidades.net/reciclar-lixo-hospitalar
http://www.pensamentoverde.com.br/reciclagem/destinacao-correta-lixo-hospitalar/
http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/tipos-de-lixo-hospitalar-e-seus-perigos-2/