COMEÇANDO PELA TOXICIDADE SOCIAL DOS PRODUTOS QUE CONSUMIMOS DIARIAMENTE, DESDE REMÉDIOS, ALIMENTOS, ROUPAS, UTENSÍLIOS, ABORDEI TAMBÉM OS IMPACTOS PSICOLÓGICOS, NA SAÚDE E, NO MEIO AMBIENTE.
“O consumismo é um processo eticamente condenável, pois faz com que as pessoas comprem mais do que realmente necessitam. Por meio de complexos sistemas de propaganda, que envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares, industriais e produtores induzem a população a adquirir sempre os novos modelos de carros, geladeiras, relógios, calculadoras e outras utilidades, lançando fora o que já possuem.”
Os Impactos sociais e na saúde causados por produtos de A a Z que CONSUMIMOS NO DIA A DIA.
Brasileiro desconhece de onde vêm e como são produzidos seus alimentos
Pesquisa mostra que grande maioria dos itens à venda no país não traz informações sobre uso de agrotóxicos ou agressão ao ambiente
No Brasil a informação sobre a rastreabilidade dos alimentos não é obrigatória. Em pesquisa realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) para medir o nível e a qualidade da rastreabilidade em seis redes de supermercados da cidade de São Paulo os itens orgânicos saíram na frente: 56,5% possuíam as informações, contra 28,71% dos convencionais. Foram analisados os dez alimentos in natura mais consumidos pelos brasileiros de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE: laranja, banana, batata inglesa, ovos, maçã, tomate, mamão, alface, cheiro-verde e cebola. Os produtos embalados tiveram vantagem ainda maior sobre os vendidos a granel, foram 42,6% a 0,06%.
Chocolate
Existem problemas sérios quando se trata de comprar chocolate (coisa que praticamente todo mundo faz). A maioria das grandes empresas que vendem chocolate obtém cacau das mesmas fontes, na Costa do Marfim. E, apesar de alguns grupos de fiscalização nos últimos anos tentarem melhorar as condições por lá, a vida das pessoas que colhem cacau não é nada menos do que terrível. O trabalho é realizado por escravos, muitas vezes crianças. Várias dessas crianças são retiradas de países pobres como Mali. Algumas são raptadas, e há inúmeras reclamações de crianças desaparecidas. Para piorar a situação, os extremamente pobres às vezes vendem seus próprios filhos para a escravidão por tão pouco quanto US$ 30. Os pequenos precisam transportar sacos tão grandes de cacau que isso pode lhes causar danos físicos graves.
Se você pensa que não passamos por esse problema no Brasil, uma vez temos produção própria de cacau e não compramos chocolate de trabalho escravo africano, saiba que não é bem assim. O Brasil possui o terceiro maior mercado para chocolate do mundo. Para dar conta de tanta demanda, recorremos cada vez mais aos chocolates importados, principalmente porque a produção nacional vem caindo ano após ano.
Eletrônicos
Você pode já ter ouvido falar de uma fábrica de produtos eletrônicos na China chamada Foxconn. Apesar de ser conhecida por inúmeras violações trabalhistas e abusos, incluindo quantidades absurdas de horas extras e não pagar às pessoas o que lhes é devido, muitas empresas de eletrônicos lucram com o trabalho escravo do povo “empregado” nessa instalação. A mais famosa dessas empresas é a Apple, mas a Foxconn também produz muitos outros produtos eletrônicos para muitas outras empresas, incluindo consoles de jogos para todas as grandes companhias do ramo.
A Apple foi pressionada para melhorar as condições da Foxconn, mas inspeções nas instalações após isso descobriram que o local ainda não está sequer perto do que precisa ser. As condições são tão ruins que muitos trabalhadores cometem suicídio. A fim de evitar isso, a Foxconn instalou redes nos exteriores dos prédios para detê-los (imagem acima). Eles também fizeram alguns trabalhadores assinarem notas afirmando que suas famílias não poderiam processar se eles se matassem devido às condições ruins. As horas extra, que chegam a cerca de 100 por semana no auge da produção, não são pagas. Se um funcionário se comporta mal, têm que escrever uma nota de confissão. Estas notas são veiculadas publicamente para humilhá-los. A Foxconn nem sequer dava bancos para seus funcionários sentarem até pouco tempo atrás. E o absurdo de tudo isso? Nós compramos como loucos produtos feitos com a ajuda desse pesadelo humano.
Maconha
Muitas pessoas pensam que fumar maconha é um crime sem vítimas. Quando alguém acende um baseado, a única coisa que está prejudicando são seus próprios pulmões. Infelizmente, se você mora no Reino Unido, você pode estar apoiando a escravização de incontáveis crianças vietnamitas. Um especial chamado “Children of the Cannabis Trade” destacou este problema crescente na região. Muitos traficantes começam por manipular pessoas pobres no Vietnã, pedindo que eles deixem seus filhos serem levados para o Reino Unido para “uma vida melhor”. A ideia é que a pessoa terá que pagar uma quantia específica de dinheiro para isso, mas eles podem trabalhar para quitar tudo (o que nunca ocorre). O escravo não pode reclamar com as autoridades de seu novo país, uma vez que provavelmente será deportado – na melhor das hipóteses. Para piorar a situação, a indústria de cannabis ilegal no Reino Unido está crescendo e é gerenciada principalmente por traficantes vietnamitas. Quando a polícia invade suas operações, as crianças são tratadas como criminosas, e a maioria desaparece ou volta para as mãos de outros traficantes, por medo do que vai ser feito a suas famílias que ficaram no seu país natal.
Aqui no Brasil não dá para dizer que as coisas são muito diferentes. Nossos filmes sobre tráfico de drogas e favelas são famosos por todo o globo e dizem tudo: há muitas crianças nesse ambiente hostil, sustentado por cada indivíduo bem remunerado fumando seu baseado sentado no seu sofá confortável.
Roupas
Se você já comprou um artigo barato de roupas no Walmart ou muitos outros (muitos mesmo) varejistas, há uma boa chance de que a peça tenha sido criada em uma fábrica exploradora. Uma roupa tão barata que não pode ser verdade… Não pode ser verdade, não?
Ou, pior, é verdade: é feita com trabalho escravo, principalmente da Ásia. Há muitas dessas fábricas em Bangladesh. Embora seja ilegal empregar crianças, muitas investigações secretas têm mostrado que o trabalho infantil é assustadoramente comum na indústria do vestuário, especialmente nesse país.
Para contornar o problema, algumas das fábricas da região que produzem roupas para o mundo ocidental afirmam ter melhores condições, e usam esses “melhores fábricas” como fachada, secretamente pagando locais escravistas para fazer as partes mais intensivas do trabalho.
Muitos dos proprietários dessas fábricas pensam em seus trabalhadores como pouco mais que propriedade. Em 2014, houve um incêndio em uma fábrica de Bangladesh. Os proprietários disseram aos funcionários que era apenas um ensaio (para o eventual caso de incêndio). Eles trancaram as portas do lado de fora e mais de 100 pessoas morreram. Parece que todas essas pessoas correndo para fora do prédio os preocupava mais do que a segurança dessas mesmas pessoas. No ano anterior, houve um colapso em outro edifício que matou mais de 1.000 pessoas. Muitos ficaram indignados com a maneira insensível com que os donos das fábricas trataram as vidas humanas, e o incidente fez com que a Disney pulasse fora do país – a companhia não compra mais produtos de lá. No entanto, como não quer perder uma pechincha (custe o que realmente custar), o Walmart ainda compra roupa de fábricas localizados em Bangladesh.
Borracha
Na Libéria, a borracha é de longe o bem mais importante. Este líquido é colhido e transformado em todos os tipos de material que usamos todos os dias, como os pneus dos nossos carros. O processo em si é ambientalmente sustentável se bem feito, e pode ser bastante lucrativo. Infelizmente, muitas das pessoas nessa indústria veem os seres humanos da mesma forma que veem a borracha: como nada mais do que um recurso.
Em 2006, houve um grande problema quando duas grandes plantações de borracha ficaram nas mãos de ex-combatentes da guerra civil destrutiva da Libéria. De acordo com as investigações, essas plantações estavam tratando seus trabalhadores como escravos. O fabricante de pneus Firestone foi acusado de comprar dessas plantações contra os desejos do governo liberiano. Enquanto Firestone negou a acusação, um funcionário da empresa também admitiu que não podia ter certeza de que lugar específico as borrachas foram compradas. A indústria do material na Libéria é mal regulada e a mercadoria não é bem-acompanhada. Firestone pode não ter realmente sabido de quem estava comprando, o que só piora a situação.
Óleo de palma
O óleo de palma é cada vez mais utilizado em países asiáticos como óleo de cozinha barato, mas também tem aplicações desde produtos cosméticos a combustível. Infelizmente, além de não ser muito bom para o meio ambiente, a indústria desse óleo é em grande parte construída sobre trabalho escravo e exploração maciça. Ela vale mais de US$ 40 bilhões (R$ 107 trilhões, no câmbio atual) por ano, e uma grande quantidade da produção que a impulsiona ocorre em duas ilhas na Indonésia: Bornéu e Sumatra. O trabalho escravo surge devido a grandes empresas, como a Kuala Lumpur Kepong (KLK) da Malásia, operarem na Indonésia, com mais de 70 plantações nas ilhas.
Quando se trata de encontrar trabalho para cultivar as plantas necessárias para fazer o óleo, há muito pouca contratação direta. Em vez disso, a contratação é terceirizada. Infelizmente, isso deixa muito pouca supervisão, e as empresas contratantes têm sido acusadas de práticas terríveis por escravos fugidos das fazendas. Os empreiteiros tendem a levar as pessoas longe de suas casas prometendo empregos com salário mínimo, mas os homens são obrigados a assinar contratos que lhes acorrentam a anos de serviço escravo, são emprestados dinheiro em vez de serem pagos e têm que comprar tudo de uma loja da empresa.
A KLK faz uma espécie de negação plausível, alegando que não podem controlar o que seus contratantes fazem. Eles apenas param de fazer negócios com eles quando ficam sabendo de abusos trabalhistas.
Bolsas falsificadas
A indústria que produz bolsas falsificadas e outros itens semelhantes de imitação é uma empresa global multibilionária, de acordo com Dana Thomas, autora de “Deluxe: How Luxury Lost Its Luster”. De acordo com suas investigações, a indústria leva à perda de bem mais de 500.000 postos de trabalho só nos EUA. Este comércio é conhecido por utilizar trabalho escravo em sua maioria, muitas vezes crianças. Ela já acompanhou a polícia durante operações contra os locais de fabricação, e viu dezenas de criancinhas tratadas horrivelmente.
Em um caso, na Tailândia, em uma fábrica que fazia bolsas de grife falsificadas para consumidores ocidentais, os donos tinham quebrado as pernas das crianças para que nunca mais se curassem corretamente. Isso porque tinham se cansado das queixas dos pequenos que queriam brincar lá fora.
Diamantes
Zimbábue tem sido notícia por causa do regime ditatorial de Robert Mugabe. Em uma eleição bastante disputada, Morgan Tsvangirai acabou como primeiro-ministro, mas Mugabe ainda se manteve presidente. As duas partes entraram em um acordo de partilha de poder. Mas parece que Mugabe não curtiu muito o arranjo. Antes que as coisas pudessem realmente ter uma chance de dar certo, seu partido, Zanu-PF, criou uma enorme operação de mineração de diamantes usando trabalho escravo que foi imposta pelos militares. De acordo com a Human Rights Watch, a operação foi posta em prática para que Mugabe pudesse ganhar dinheiro que não passasse diretamente por meio do governo agora compartilhado, bem como para poder pagar os soldados a fim de permanecer verdadeiramente no controle.
Ou seja, o governo do país não só não está nem aí para regular a indústria de diamantes e para proteger seus trabalhadores, como é o próprio estimulador da escravidão. Pelo visto, mais filmes como Diamante de Sangue vem por aí.
Pornografia
Quando a maioria das pessoas pensa em tráfico sexual de seres humanos, costuma pensar em pessoas sendo forçadas a realizar atos sexuais em bordéis. Raramente lembramos que muitos filmes pornográficos podem envolver mulheres que foram vendidas em escravidão anos atrás. Nas últimas décadas, houve várias “ondas” de tráfico sexual. A primeira foi de mulheres tailandesas e filipinas, seguida de colombianas e dominicanas, depois nigerianas, e agora os investigadores dizem que a maioria das mulheres que estão sendo exploradas para escravidão sexual são tomadas da região da ex-União Soviética. As mulheres eslavas estão em alta demanda no mundo ocidental e são usadas não apenas para a prostituição, mas também para a pornografia.
Uma vez que esse comércio é ilegal, é difícil chegar a números reais, mas as estimativas costumam colocar o número de pessoas vendidas anualmente na casa dos milhões, com cerca de 80% delas sendo usadas para fins sexuais. Com o tráfico de escravos é presente em todos os países do mundo, é complicado estimar quantos filmes pornográficos apresentam escravos sexuais. Infelizmente, o número pode ser muito alto.
Carvão
No começo desse ano, dezenas de trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravos em carvoarias no interior de São Paulo. Sete crianças e adolescentes também foram flagrados trabalhando. As informações vieram de uma megaoperação conjunta para combater o crime realizada em Pedra Bela, Joanópolis e Piracaia. Ao todo, dez estabelecimentos foram alvo da blitz, e seis acabaram interditados.
Os produtos desses locais abasteciam grandes supermercados da capital. A operação ia informar aos compradores de onde eles estavam conseguindo seu carvão.
Em uma das unidades, os abusados não tinham carteira assinada nem exame médico realizado. Apesar das irregularidades, como falta de equipamentos de proteção, máquinas inadequadas, fiação elétrica exposta, fossa sanitária a céu aberto, falta de armários e janelas sem a devida vedação, não foi configurado trabalho escravo. A carvoaria, no entanto, teve a produção e os alojamentos interditados e terá de se adequar para voltar a funcionar.
Já outra unidade, considerada escravista, não tinha instalações sanitárias adequadas e a ausência de equipamentos de proteção era total. Os funcionários não contavam com água potável e alimentação não era fornecida. Uma criança de 11 anos e um adolescente de 16 estavam entre os trabalhadores.
Os números de vítimas do agrotóxico impressionam. Em apenas sete anos, foram mais de 25 mil pessoas intoxicadas pelos pesticidas. Oito brasileiros por dia.
"A cada 2 dias e meio, uma pessoa morre no Brasil intoxicada por agrotóxico," diz a geógrafa Larissa Bombardi.
Hidroelétrica
Mais de 80% da energia gerada no Brasil vem de usinas hidroelétricas. Essa energia é gerada pela correnteza dos rios, que faz girar turbinas instaladas em quedas d’água. De modo geral, a tecnologia é considerada limpa, uma vez que praticamente não emite gases de efeito estufa, que fortalecem o aquecimento global.
O grande problema ambiental – e também social – causado pelas hidroelétricas é a necessidade de represar os rios. Vastas regiões são alagadas, o que provoca não só a retirada das populações humanas do local, como alterações no ecossistema.
Por conta disso, projetos de usinas para o Norte do Brasil – como a polêmica obra de Belo Monte – preveem reservatórios menores. Contudo, isso torna a geração mais dependente do volume de água e, portanto, exige que haja outras fontes de energia para garantir o abastecimento constante.
Termoelétrica
As usinas termoelétricas são o tipo mais comum do mundo. Nela, é queimado um combustível – carvão e gás natural são os mais usados – para ferver água. O vapor gira uma turbina e assim gera energia. “São imprescindíveis”, acredita José Manuel Diaz Francisco, coordenador de comunicação e segurança da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás. “São usinas mais baratas, com tecnologia consolidada e possuem a vantagem de garantir um suprimento de energia que não depende das condições”, completa.
O processo de queima da água, no entanto, traz um efeito indesejado. “Tem os piores impactos ambientais em termos de emissão de gases de efeito estufa e poluição do ar”, afirma Baitelo, do Greenpeace.
Tem os piores impactos ambientais em termos de emissão de gases de efeito estufa e poluição do ar"
Ricardo Baitelo, do Greenpeace
As termoelétricas a carvão respondem por mais de 40% da produção mundial de energia; as movidas a gás ocupam o segundo lugar na lista, com cerca de 21%. Entre os dois, o carvão é mais barato, porém polui mais. Além de emitir mais gás carbônico – responsável pelo aquecimento global –, causa poluição local, emitindo substâncias como enxofre e óxido nitroso, que afetam a respiração. Hoje em dia, há filtros capazes de reduzir esses efeitos, mas eles encarecem a construção das usinas.
No Brasil, uma alternativa mais ecológica é o uso da biomassa. Quando se usa material orgânico – o mais comum no país é o bagaço da cana –, a combustão não emite gases de efeito estufa. Isso acontece porque o gás carbônico liberado é utilizado pelas plantas na fotossíntese, fechando o ciclo do carbono. Os custos são semelhantes aos das termoelétricas a carvão.
Para Roberto Schaeffer, da UFRJ, “é melhor até que a hidrelétrica do ponto de vista ambiental”. Já Ricardo Baitelo não se entusiasma. “Do ar diretamente relacionado a queimadas, afeta bastante populações próximas a canaviais e aumenta incidência de doenças respiratórias”, indica o especialista do Greenpeace.
Usina nuclear na França (Foto: François Mori/AP)
Nuclear
O termo mais correto para denominar uma usina nuclear é “termonuclear”. Seu funcionamento é idêntico ao das demais usinas termoelétricas, a diferença está no combustível. A fissão nuclear do urânio – ou do plutônio – gera o calor e produz, por outro lado, material radioativo que tem de ser monitorado por milhares de anos, o que é apontado como o principal problema por todos os especialistas ouvidos.
“Acredito que seja o pior tipo de energia. Por mais que setor nuclear diga que todo empreendimento energético está vinculado a acidentes, a diferença é a perversidade do acidente nuclear. A radiação se estoca no organismo e pode ser transmitida por gerações”, reclama Baitelo, do Greenpeace.
Embora acidentes sejam raros, o risco não pode ser considerado pequeno. “Risco é a probabilidade de ocorrer um acidente multiplicada pela magnitude do dano. A probabilidade de acidente é baixíssima, mas os efeitos são muito graves”, explica Schaeffer, da UFRJ. “É como ter medo de andar de avião: há menos acidentes que carro, mas, quando há, são mais graves”, completa.
Apesar do risco de acidentes, a energia nuclear é benéfica ao meio ambiente em um aspecto. “O combustível em um reator nuclear não é queimado, portanto não há emissão de gases poluentes”, destaca José Manuel Diaz Francisco, da Eletronuclear.
No Brasil, é perigoso constatar que
os metais pesados mais comuns, com potencial tóxico, estão presentes em cosméticos, utensílios e alimentos do quotidiano da população. O chumbo, por exemplo, faz parte da composição de diversos corantes (tinturas de cabelo), comidas, brinquedos coloridos e até dos batons, causando cansaço, perda de cálcio, dificuldade para emagrecer e
hipertensão arterial.
O alumínio é outro metal pesado que pode provocar intoxicação no organismo e é facilmente encontrado na fórmula de desodorantes antitranspirantes, talco para os pés, alguns protetores solares, antiácidos, além de panelas e embalagens de alumínio.
Cigarros e poluição, ao contrário dos artigos citados acima, já têm uma imagem supernegativa e representam abertamente uma ameaça à saúde – neles, encontramos um
agente que provoca um estrago grande no nosso corpo, o cádmio. Este é um dos metais mais tóxicos conhecidos pelo homem e origina doenças como hipertensão e infecções.
Presente em amálgamas dentários, inseticidas e peixes de águas contaminadas, a intoxicação por mercúrio desencadeia efeitos péssimos por todo o corpo, mas no sistema nervoso essa contaminação provoca consequências graves e pode deixar uma pessoa em estado vegetativo ou levá-la à morte.
Desintoxicação natural
Para facilitar a eliminação das toxinas alojadas no nosso corpo por anos ou mesmo pela vida toda, existe um processo chamado quelação, ou remoção de metais pesados da corrente sanguínea e da parede das artérias.
Com esse tratamento, tenta-se reverter a intoxicação do organismo, entretanto, nenhum agente quelante tem a capacidade de, sozinho, limpar todos os metais tóxicos do corpo de uma só vez. Cada um deles tem afinidade com um metal diferente e, às vezes, com mais de um. Por exemplo: um para o cobre, outro para o mercúrio etc.
Uma observação importante é que não adianta quelar o cádmio, por exemplo, se o indivíduo insiste em fumar, ou eliminar o mercúrio, caso continue a ingerir peixes contaminados. Ou seja, limpar o organismo de um metal pesado através da quelação exige, em contrapartida, a abstenção do consumo de produtos ricos em toxinas.
Os agentes quelantes podem ter origem nos alimentos ou condimentos, funcionando como antídotos contra a presença de metais pesados. Os principais são:
1) Vinagre: contém EDTA, considerado o primeiro quelante do mundo, com afinidade muito grande com o chumbo (carregando-o para fora do corpo) e o mercúrio. Esse composto também apresenta o ácido succínico, o mais potente agente quelante para o mercúrio e o cádmio.
2)
Castanha-do-pará: contém selênio, que adere ao mercúrio para desativá-lo. É antioxidante, pois ajuda o organismo a usar a
vitamina E.
3) Maçã: apresenta ácido málico, importante na quelação do alumínio e do ferro.
4) Alho: limpa os resíduos, graças à presença de licina.
5) Algas marinhas: desintoxica o sangue e tonifica o intestino.
Além da ingestão desses alimentos, nos casos de intoxicação por quaisquer metais pesados que apresentem níveis elevados no minerealograma, a intervenção médica é essencial.
O Câmera Record mobilizou repórteres no Brasil e no mundo para investigar casos de intoxicação, doenças graves e mortes de produtores rurais contaminados por agrotóxicos. No região serrana do Espírito Santo, a equipe encontrou índices alarmantes de vítimas da alta exposição à substâncias nocivas que ainda não conseguiram se recuperar dos desgates físicos e emocionais do contato direto com produtos tóxicos.
As histórias de vida dos moradores da cidade de Santa Maria de Jetibá são exemplos dessa triste realidade. Sem informação necessária e sem equipamentos de segurança específicos, muitos desenvolveram câncer, depressão e outros sintomas por causa do contato direto e repetitivo com o agrotóxico. Especialistas confirmam o diagnóstico e a relação entre as substâncias e as doenças físicas e emocionais.
No interior de São Paulo, o caso também se repete. Em Paulínia, um grupo de ex-funcionários tenta seguir com a vida após receber a maior indenização da história do Brasil pela exposição aos agrotóxicos, embora ainda sofram graves consequências. Muitos trabalharam mais de uma década em contato com 12 tipos de substâncias já proibidas mundialmente.
As histórias das pessoas que enfrentam os malefícios da exposição ao agrotóxico é contada na série exclusiva do R7, que se encerra com o programa que vai ao ar na TV nesta quinta (1º), às 22h30.
Assista:
No primeiro episódio da websérie exclusiva, entenda com o agrotóxico causa problemas de saúde
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O uso descontrolado de substâncias nocivas prejudica a saúde dos trabalhadores rurais, que vivem em contato com o veneno sem nenhum tipo de proteção. Mas, afinal,que tipos de problemas de saúde são causados pelos agrotóxicos? É o que você vai acompanhar nesta websérie. Confira!
Em segundo episódio da websérie, vítima de agrotóxico relembra internação: "Quase morri"
Erenil Werneck tem 43 anos e mora em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. Depois de 30 anos de trabalho direto em contato com agrotóxicos, Erenil enfrentou um grave quadro de depressão e passou 14 dias em um CTI. No segundo episódio da websérie Agrotóxicos: o perigo invisível, especialistas analisam e explicam os perigos aos quais Erenil sempre foi exposto.Publicidade
No terceiro episódio da websérie, veja como o agrotóxico está relacionado ao câncer e a depressão
Nelina Walget, de 51 anos, trabalha com plantação desde os sete anos de idade e sempre esteve exposta aos agrotóxicos. Há dois anos, descobriu um câncer de mama e começou o tratamento para se livrar da doença. O município de Santa Maria de Jetibá, onde Nelina mora, é recordista nos casos de câncer da região. Não por coincidência, a zona rural é tomada por propriedades de pequeno porte, onde agrotóxicos são usados sem proteção.
No quarto episódio da websérie
Extra! Na websérie especial,
Acesse também: https://noticias.r7.com/camera-record/webseries/agrotoxicos-o-perigo-invisivel-a-webserie-30012018
No quarto episódio da websérie, funcionários relembram que produziam 12 substâncias proibidas mundialmente
Esses homens receberam a maior indenização da história do Brasil após 25 anos de trabalho em duas multinacionais onde produziam 12 tipos de substâncias tóxicas já proibidas mundialmente. Alguns dos funcionários morreram com doenças desenvolvidas a partir dos agrotóxicos e outros enfrentam ainda as sequelas da exposição. Confira o depoimento deles.
Extra! Na websérie especial, veja como produtos brasileiro
Dados sobre alimentos contaminados
– 40% dos peixes estão estragados na hora da compra.
– Segundo recentes estudos feitos pela FDA (Administração de Comidas e Remédios) em 26 frutas e vegetais diferentes, foram encontrados resíduos de pesticidas em 9.600 das 20.000 amostras. Em outras palavras, 50% do que comemos está contaminado.
– A água da cidade de San Diego, no estado da Califórnia, considerada a mais limpa dos EUA, apresentou em testes 595 partes por milhão de contaminantes.
– Em um estudo feito pela Health and Nutrition Examination Survey,
9 a cada 10 mulheres apresentaram insuficiência de ferro na dieta. 1 a cada 2 tinha deficiência de cálcio. 1 a cada 4 homens e 1 a cada 3 mulheres apresentou deficiência de vitamina A.
Departamento de propina da Odebrecht:
origem,
destino e finalidade
do dinheiro, segundo as delações
Dinheiro era desviado de obras públicas e era
pago para
políticos para defender os
interesses da empresa por meio de departamento
responsável
por organizar
a distribuição das propinas.
Divergência entre capital e trabalho: processo derivado da luta pelos interesses da classe proletária que constantemente busca melhorias em diversos aspectos como aumento salarial, diminuição da jornada de trabalho, melhores condições de trabalho entre outras reivindicações trabalhistas, do outro lado estão os detentores dos capitais e dos meios de produção que exploram a mão-de-obra com objetivo de adquirir uma lucratividade maior e assim acumular mais capitais.
Soros e suas várias organizações foram responsáveis por uma série de conflitos políticos em todo o mundo, desde o seu suposto financiamento a catalães separatistas até influência no conflito ao redor do povo rohingya em Myanmar.
Os ativistas afiliados de Soros também foram acusados de envolvimento no incentivo da agitação política na Polônia, promovendo interesses das elites da UE contra o governo conservador polonês. Israel o acusou de enfraquecer a democracia e o culpou de ter tentado expulsar o governo na Guiné Equatorial e de ter manipulado a política local na Malásia antes das eleições de 2018. A OSF foi apontada por envolvimento político em Montenegro e na Macedônia em meio à tentativa dos países de aderir à UE e OTAN. Acredita-se também que Soros e seus aliados estejam fortemente envolvidos na campanha para introdução de sansões cada vez mais fortes contra Moscou por Washington.
Estados Unidos
As críticas contra Soros incluíram acusações de que o bilionário tentou "desestabilizar" o país durante as eleições de Donald Trump. No mês passado, mais de 150 mil americanos assinaram uma petição da Casa Branca para declarar Soros como terrorista doméstico e para retirar seus bens. A petição, que afirma que Soros está usando sua riqueza para tentar "facilitar o colapso do sistema e do governo constitucional" nos EUA, ganhou resposta oficial da Casa Branca ao coletar mais de 50.000 assinaturas.
Jornais: corrupção no Brasil entre 2002 e 2008 desviou o equivalente ao PIB boliviano
Corrupção faz Brasil perder uma Bolívia
Pelo menos o valor equivalente à economia da Bolívia foi desviado dos cofres do governo federal em sete anos, de 2002 a 2008. Cálculo feito a partir de informações de órgãos públicos de controle mostra que R$ 40 bilhões foram perdidos com a corrupção no período – média de R$ 6 bilhões por ano, dinheiro que deixou de ser aplicado na provisão de serviços públicos. Com esse volume de recursos seria possível elevar em 23% o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família – hoje quase 13 milhões. Ou ainda reduzir à metade o número de casas sem saneamento – no total, cerca de 25 milhões de moradias.
O montante apurado faz com que escândalos políticos de grande repercussão pareçam pequenos. Na Operação Voucher, que no mês passado derrubou parte da cúpula do Ministério do Turismo, por exemplo, a Polícia Federal estimou o prejuízo em R$ 3 milhões. Apesar de elevada, a quantia perdida anualmente está subestimada, pois não considera desvios em Estados e municípios, que possuem orçamentos próprios.
A estimativa, feita pelo economista da Fundação Getulio Vargas Marcos Fernandes da Silva, contabiliza apenas os desvios com recursos federais, incluindo os recursos repassados às unidades da federação. Durante seis meses, o economista reuniu dados de investigações de CGU (Controladoria-Geral da União), Polícia Federal e TCU (Tribunal de Contas da União). São resultados de inspeções em gastos e repasses federais para manter serviços de saúde, educação e segurança pública, por exemplo. Os dados servem de base para inquéritos policiais e ações penais, além da cobrança judicial do dinheiro público desviado.
O custo da corrupção
Se colocados na ponta do lápis, os escândalos que habitam o noticiário político representam muito pouco do que o país perde cotidianamente para a corrupção. Na última década, estima-se que ao menos R$ 6 bilhões desapareceram por ano no caminho que leva os recursos federais de Brasília para os municípios, onde deveriam resultar em ações sociais e de infraestrutura.
"Dallagnol disse ainda que os crimes de corrupção no país matam mais do que os de homicídios."
Corrupção tira R$ 200 bilhões ao ano dos cofres públicos, diz procurador da Lava-Jato
Próxima Edição:
Obsolescência planejada
A obsolescência planejada é uma forma de produção que gera o aumento do consumo no sistema social capitalista com vistas a sustentar o andamento da economia.