Aquífero Guarany a riqueza da América do Sul: desmentindo mais uma fofoca ambiental da mídia fake

O AQUÍFERO GUARANY NÃO FOI E, NÃO PODERÁ SER VENDIDO

Aquífero Guarani se espalha por oito Estados brasileiros e quatro países da América do Sul | Foto: Rubens Chiri/ Governo de São Paulo

Questionada pela BBC Brasil, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom), ligada à Secretaria Geral da Presidência da República, afirma que, ao contrário do que dizem os textos nas redes sociais, não houve reunião entre Temer e o executivo belga Paul Bulcke, atual presidente da Nestlé, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, no final do mês de janeiro.

Há apenas um projeto de lei 

Autoria: Senador Tasso Jereissati (PSDB/CE)

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Natureza: Norma Geral
Assunto: Social - Meio ambiente.

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Ementa e explicação da ementa

Ementa:
Altera a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, para introduzir os mercados de água como instrumento destinado a promover alocação mais eficiente dos recursos hídricos.

Explicação da Ementa:
Altera a Política Nacional de Recursos Hídricos para priorizar o uso múltiplo e a alocação mais eficiente dos recursos hídricos, bem como para criar os mercados de água.

Relator atual:

Armando Monteiro

Último local:

07/02/2018 - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (Secretaria de Apoio à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania)

Último estado:

07/02/2018 - MATÉRIA COM A RELATORIA

Image captionO maior aquífero brasileiro é o Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga), com reservas estimadas em 162 mil quilômetros cúbicos

"Houve um jantar promovido pelo Fórum Econômico Mundial em que os dois estavam presentes", diz a nota.

Ainda de acordo com a Secom, "não há no Governo qualquer discussão em torno desse assunto (a possível privatização do Aquífero Guarani)". A assessoria de imprensa da Casa Civil da Presidência da República reforça a negativa: "Não há nada a respeito disso em análise pela Casa Civil".

De qualquer forma, não seria fácil levar a ideia adiante, segundo pesquisadores. "Não existe qualquer possibilidade de privatização dos mananciais subterrâneos ou dos recursos hídricos brasileiros se for seguida a legislação vigente", diz o professor e pesquisador Rodrigo Lilla Manzione, da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

"Segundo a Constituição Federal e a Lei 9.433/97 (Lei das águas), as águas são de domínio público, o que não permite qualquer direito de propriedade sobre elas."

Além disso, do ponto de vista jurídico, lembra Manzione, as águas subterrâneas estão sob o domínio dos Estados que as abrigam. Ou seja, cada Estado da federação pode ter uma legislação específica para elas e o Governo Federal não pode interferir.

Para mudar essa situação e tornar os aquíferos passíveis de privatização seriam necessárias mudanças na Constituição, por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). O pesquisador da Unesp acha difícil que isso ocorra. "O sistema brasileiro é avançado e maduro o suficiente de forma a não permitir eventuais retrocessos na gestão dos recursos hídricos", opina.

ÚNICO DOCUMENTO  ASSINADO NO PLENÁRIO 

 ACORDO ENTRE PAíSES QUE DIVIDEM FRONTEIRAS NO AQUÍFERO

 Foi aprovado em Plenário nesta terça-feira (2) o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 24/2017, que confirma o Acordo sobre o Sistema Aquífero Guarani (SAG), assinado em San Juan, Argentina, em 2 de agosto de 2010. A matéria segue para promulgação.

O texto, proveniente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, define o Sistema Aquífero Guarani como um recurso hídrico que ultrapassa fronteiras geográficas, integrando o domínio territorial soberano do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. E determina que a utilização desse recurso deve se basear em “critérios de uso racional e sustentável” e respeitar a obrigação de não causar prejuízo aos demais países nem ao meio ambiente.

O documento institui um conjunto de normas para o desenvolvimento de ações de conservação e aproveitamento sustentável dos recursos hídricos do SAG, respeitando o domínio territorial de cada parte sobre as porções do aquífero.

Transparência

Uma das obrigações previstas no texto é o dever de transparência e a facilitação da troca de informações. Dessa forma, um país deve repassar os dados técnicos disponíveis e os resultados de avaliação dos impactos ambientais de toda atividade ou obra a se desenvolver no território de um outro país, de maneira que todos possam avaliar seus possíveis efeitos com antecipação.

PRIMEIRA CONTRIBUIÇÃO DE LEITOR, DE INGO WAHNFRIED:

“Algumas pequenas correções, para não passar impressões erradas aos leitores: a água do Guarani não fica em “um buraco irregular”, mas sim em poros, muitos e pequenos poros que existem entre grãos de areia. Sabe quando você cava um buraco na praia, e a água surge? É isso. O mais interessante é que uma grande parte do Aquífero Guarani é formado por areias de um paleo-deserto, que se estendia até o continente africano, e foi soterrado por derrames de basalto (lava) quando a América do Sul se separou daquele continente, há pouco mais de 100 milhões de anos. Esses basaltos, presentes em Ribeirão Preto, por exemplo, se alteram na superfície formando a famosa terra roxa, e são eles que aparecem na foto do Parque Curupira. Aliás, são os mesmo derrames que formam o Canion de Itaimbezinho, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul (geologia pode ser muito bonito e interessante). Também são eles que protegem o Guarani de contaminações, em sua maior parte. Mas um pouco a leste de Ribeirão as formações geológicas que o compõe ali, Botucatu e Pirambóia, afloram, ou seja, estão na superfície, sem a cobertura dos basaltos. É aí que entra a maior parte da água que chega ao Guarani, água da chuva que entra nos poros presentes entre os grãos de areia. Portanto, a água não vai e vem. Ela vai, apenas, destas áreas de recarga até as zonas de descarga, para sudoeste, em direção ao Paraguai e Argentina. Os limites do Guarani estão a pelo menos 200 km da cidade de São Paulo, e por isso sairia muito caro utilizá-lo para resolver o problema da má gestão lá.

http://gizmodo.uol.com.br/aquifero-guarani-crise-hidrica/

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43164069

https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/131906

Esta árvore "mágica" da Colômbia é um titã contra a poluição ambiental

Querido(a) leitor(a) eu acabei de receber essa matéria da árvore mágica diretamente da Colômbia, passando em Guayaquil pelas mãos de nosso eco amigo colaborador da Revista Samantha Ledo e editei, complementei para trazer essa notícia ambiental incrivelmente ecológica.

AO

 Colaborador da revista:

Kruger 
Stalin Carrion 

meus agradecimentos...
notícia extraordinária
Edição: Samantha Lêdo

Guáimaro chama a atenção dos pesquisadores por sua capacidade de limpar o ar.

Venerado pelas populações originais da Colômbia e agora pelos cientistas, o guáimaro poderia se tornar o maior aliado contra a poluição ambiental.

Guaimaro . É uma árvore silvestre na costa sudoeste do Oriente, de Cabo Cruz a Manzanillo, e em Guáimaro, na província de Camagüey. Chegou em Cuba do México em sementes e tem propriedades curativas principalmente em suas folhas e frutos; para várias doenças.

Não surpreendentemente, o 'Brosimum alicastrum', como é conhecido cientificamente esta árvore tem a capacidade de absorver -causante dióxido de carbono do aumento das temperaturas na Terra sem soltar após relatórios AFP . 

O guáimaro, um guardião ambiental nascido do ventre da Terra

© AFP / Por Florença PANOUSSIAN | Um agricultor planta um guáimaro em uma propriedade em Dibulla, departamento de La Guajira, na Colômbia, em 28 de fevereiro de 2018

Em um planeta ameaçado pelo aquecimento, um gigante com poderes naturais que poderia ajudar renasce. E isso acontece na Colômbia, um país que luta contra o desmatamento e que em breve atrairá a atenção ambiental do mundo.

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O guáimaro é uma árvore venerada pelos ancestrais. Tem qualidades contra o CO2, uma das causas do aumento das temperaturas na Terra.

"A água lá em cima está a esgotar-se, estamos de luto, ter esticado muitas árvores. Se não houver nenhuma árvore, sem água e se não há água, nenhuma árvore", lamenta Manuel Durán, um fazendeiro de 61 anos, durante a remoção da Chapéu de palha para secar o suor da testa.

Além de absorver emissões poluentes com uma efetividade que outras árvores não possuem, o guáimaro pode alimentar humanos e animais.

Uma alternativa insignificante, especialmente quando o sol aparece para brindar a floresta tropical seca e no sopé das montanhas da Sierra Nevada de Santa Marta, em uma área perto da cidade Dibulla, no departamento de La Guajira (nordeste).

A poucos quilômetros de distância, em Medellín, a segunda cidade da Colômbia, castigada pela poluição, o mundo conhecerá um novo diagnóstico sobre o meio ambiente.

A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Ipbes), que reúne 128 países, divulgará estudos importantes sobre a biodiversidade e o status do solo até 23 de março.

- "Árvore Mágica" -

Nascido nos pântanos do pantanal do rio Magdalena e desalojado pela violência, Durán interessou-se pelo programa de reflorestamento da ONG colombiana Envol Vert, do qual o guáimaro é uma espécie emblemática.

"É uma árvore mágica!", Explica Margaret Tarrier, de 39 anos, diretora da Envol Vert.

Entusiasta, detalha as qualidades da fruta, uma cor laranja rica em nutrientes.

Conhecido cientificamente como Brosimum alicastrum, o guáimaro é chamado noutro local como ramón, campeche, ojoche, mewu, etc. Ou noz maia em francês. E está presente nas florestas do México até as do Brasil.

Para os maias, era tão essencial quanto o milho, embora os camponeses mestiços muitas vezes não tenham consciência de sua importância. A semente de Guaimaro é uma alternativa contra a desnutrição.

Precisamente a Envol Vert quer seduzir com seus frutos e organizou oficinas de culinária. Tem tanta proteína quanto o leite, quatro vezes mais potássio que a banana, ferro como espinafre e quadruplica o magnésio dos grãos vermelhos.

- Uma Phoenix ameaçada

Os biólogos descobriram que o guáimaro solidifica o CO2 sem liberá-lo mais tarde, como costuma acontecer com outras árvores.

Se crescer 50 metros, sua raiz afunda na mesma medida, o que a torna muito resistente a secas e furacões.

O guáimaro pode renascer das suas cinzas depois de um incêndio.

"Esta árvore tem uma grande capacidade de se adaptar a diferentes climas e pode suportar vários tipos de solo, umidade, altitude, temperatura (...) e muitos animais se alimentam de seus frutos, por isso é uma espécie importante para a conservação" , a bióloga colombiana Mónica Flórez se destaca em sua tese.

Mas o guáimaro não é apenas atraente para os ecologistas. Sua madeira é muito resistente e utilizada na construção de casas e móveis.

Além disso, o desmatamento não discrimina e mais e mais hectares estão sendo liberados para a criação de gado ou de culturas como o dendezeiro.

Sem mencionar as plantações de coca que transformaram a Colômbia no maior fornecedor mundial de cocaína.

"Ainda temos um enorme desafio que tem a ver com o controle do desmatamento", admitiu em fevereiro o ministro do Meio Ambiente, Luis Gilberto Murillo.

Colômbia luta contra o abate de árvores. De 282 mil hectares desmatados em 2010, aumentou para 170 mil em 2017.

Desde 2011, a Envol Vert plantou mais de 30.000 árvores de 20 espécies, incluindo 6.000 guáimaros, com a ajuda de 190 famílias, 87 das quais são moradores de Santa Rita de la Sierra, uma comunidade deslocada perto de Dibulla.

O cuidado das plantações está a cargo dos habitantes.

As folhas do guáimaro dão frescor à terra e quando caem são comidas pelos bodes, pelo gado ”, diz María Alarcón, 64, vítima do conflito.

Esta árvore, que pode viver até cem anos, é produtiva até a sua morte. Entre março e abril, 180 quilos de frutas podem ser colhidos. É comido selvagem, em suco, sopa ou purê. Mas você também pode torrar e moer para obter uma infusão com a aparência e sabor do café com chocolate.

Os nativos também usam contra asma, anemia ou reumatismo.

"Mas teremos que semear muito para substituir todas as árvores que foram perdidas", adverte Alarcón, ao afundar as mãos no chão.

De Florença PANOUSSIAN

© 2018 AFP

A gigantesca árvore nascida nos pântanos de Magdalena estava à beira da extinção e agora é plantada como alternativa contra a desnutrição no município de Dibulla, em La Guajira. Por suas propriedades, também é usado para doenças respiratórias e reumatismo.

Meio Ambiente

20 de mar de 2018 - 19:36

Guáimaro, a árvore que renasce para combater a desnutrição na Colômbia

Nome comum

Guáimaro

Nome científico

Brosimum Alicantrum Sw. Fam. Moráceas.

Nomes de vulgo

Ramón de México ( Cuba ); Apomo, Capomo, Juandiego, Nazareno, ojite ( México ); ojoche ( Nicarágua ); maseco ( Guatemala e Honduras ); pão nuttree ( Jamaica ).

Peças usadas

As folhas e os frutos.

Habitat e distribuição

É uma árvore silvestre na costa sudoeste do Oriente, de Cabo Cruz a Manzanillo, e em Guáimaro, na província de Camagüey. Esta árvore foi amplamente propagada em Cuba através de posturas obtidas a partir de sementes recebidas do México e distribuídas pela Estação Agronómica Experimental de Santiago de las Vegas. Também existe no México, na Jamaica e em outras Antilhas e na América Central .

Aplicações

As folhas são muito solicitadas para cozinhar com elas e tomá-las, a fim de aumentar a secreção do leite nas mulheres que estão criando, ou seja, é considerado um bom galactagogo. Essa mesma reputação tem a planta no México, mas, de acordo com Standley, isso é provavelmente uma remissão da antiga teoria médica das analogias. As frutas são comestíveis e muito nutritivas.

Seu látex diluído em água é utilizado na asma e bronquite ; seus frutos aumentam o leite (Souza). Como galactogênio, recomenda-se 40 g do extrato da fruta distribuído em 6 comprimidos por 3 vezes ao dia. O extrato é preparado da seguinte forma: 1 Kg de frutas em pó e peneiradas é tomado e umedecido em álcool de 60 graus usando a quantidade necessária. Às 10 horas eles escorrem e o líquido é evaporado em banho-maria . Por 40 comprimidos eles usam 10 g de extacto.

Em infusão (20 a 40 g de folhas por 0,5 litro de água, ferver 20 minutos) contra asma e bronquite.

Para o diretor da ONG franco-colombiana Envol Vert, Daisy Tarrier, o Guáimaro é "uma árvore mágica" que não só é conhecida por suas propriedades para absorver substâncias tóxicas para o ambiente, mas pelo seu fruto, que contém tanta proteína quanto leite, quatro vezes mais potássio que banana, ferro e espinafre e quatro vezes mais magnésio de feijão vermelho. Também tem propriedades medicinais contra a asma, anemia e reumatismo.

Além disso, a sua madeira é resistente e é frequentemente utilizada para construção e marcenaria. No entanto, a derrubada indiscriminada de atividades como a pecuária extensiva ou a semeadura da folha de coca a reduzem.

"Teremos que semear muito para substituir todas as árvores que foram perdidas", adverte um dos agricultores nativos da região. Atenção para esta espécie foi renovado como parte da apresentação de estudos sobre a biodiversidade e condições de solo a ser relatados de 23 de março pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES ) que reúne 128 países.

Fontes

• Alvarez, P., ervas medicinais, ps 114 e 115. | ALVAREZ, P., ervas medicinais, ps 114 e 115.
• Souza Novelo, N., plantas medicinais que vivem em Yucatán | SOUZA NOVELO, N., plantas medicinais que vivem em Yucatan.

https://www.elespectador.com/noticias/medio-ambiente/guaimaro-el-arbol-que-renace-para-luchar-contra-la-desnutricion-en-colombia-video-745478

https://actualidad.rt.com/actualidad/266121-arbol-magico-colombia-titan-polucion#.WrGeCVmc3OU.facebook

O PAPEL DAS REDES SOCIAIS COMO FIO CONDUTOR DAS MANIFESTAÇÕES NO BRASIL

Qual a relação das redes sociais com as manifestações ocorridas por todo Brasil? Com protestos em 11 capitais e mais de 250 mil pessoas nas ruas, o país parou por mais de 6 horas e se surpreendeu com a magnitude e organização dos atos, que teve sua organização facilitada pelas mídias sociais.

Mas existe outro elemento responsável pelo crescimento e organização dos protestos. E este elemento são as mídias sociais. E o funcionamento destes meios digitais se assemelham muito com os conceitos da famosa Revolução Francesa. Nas mídias sociais existe Liberdade para se expressar, Igualdade de recursos e possibilidades para todos e a Fraternidade para auxiliar o próximo. Exemplo disso, é a nova mídia social protestosbr criada especialmente para os atos onde as pessoas podem indicar pontos de abrigos, ajuda, policiamento hostil e até mesmo pontos de wi-fi.

A hashtag #VerásQueOFilhoTeuNãoFogeALuta permaneceu por muitas horas como o tópico mais comentado no Twitter em todo mundo. No Facebook, mais de 280 mil pessoas confirmaram presença no evento oficial da manifestação de são paulo.

Mapa do uso das mídias sociais no dia 20 de junho.

E sobrou até mesmo para uma grande montadora de veículos, que viu seu comercial virar um dos principais hinos do protesto e tiveram que retirar a propagando do ar. A música “vem pra rua” foi cantada por manifestantes e virou um dos mais relevantes tópicos do Twitter.

O uso das mídias sociais já é uma realidade no mundo e não para de crescer. Apenas no Brasil, mais de 74 milhões de pessoas possuem perfil no Facebook. O que presenciamos em todo o mundo, com as crescentes manifestações, não é uma coincidência com o crescimento das mídias sociais. E nem mesmo uma exclusividade do Brasil. Segundo pesquisas, 8 entre 10 manifestantes do Egito e Tunísia afirmaram ter usado as mídias sociais para se informar ou organizarem manifestações.

Manifestantes no Egito comemoram a existência do Facebook.

O principal papel das mídias sociais nas manifestações é o mesmo em todo mundo. Ela da voz e conecta as pessoas de forma inédita na história da comunicação no mundo. Nas mídias sociais não existe limitação de tempo ou espaço, tudo é contínuo e onipresente. Pessoas de diferentes localidades podem se comunicar livremente. E os recursos que as mídias sociais oferecem como formação de grupos e páginas, facilitam a organização.

As mídias sociais representam uma mudança profunda e inevitável da forma como nos comunicamos e compreendemos o mundo.

Ontem o que se viu foi a vontade dos brasileiros por mudança e a conectividade das mídias sociais e dos smartphones se uniram para possibilitar um dos mais memoráveis fatos da história de nosso país. Um dia em que o povo, adormecido, parece ter acordado e tomado ciência de sua força e seus direitos.

Os r$ 0,20 que geraram o estopim, se transformaram em um verdadeiro desabafo de insatisfação e luta por direitos e um governo mais eficiente.

Vamos acompanhar os próximos episódios das manifestações e aguardar por uma resolução convincente dos governantes. Caso contrário, os atos devem continuar e se tornar cada dia maiores.

Se você possui alguma rede social, já viu, com certeza, alguém postando sobre as manifestações que estão acontecendo no país. Nenhuma atividade repercutiu tanto na internet desde o estrondoso sucesso da novela Avenida Brasil.

Mas como e por que ela tem sido grande ferramenta articuladora desse processo?

O Brasil sempre foi uma das principais referências de audiência e penetração digital. O país representa um case de sucesso para diversos produtos e canais de relacionamento.

E na internet, há uma palavra que vale ouro: engajamento. Isso não é novidade – todos sabem que para que algo torne-se hit viral, novo meme ou, ainda, se materialize em um evento social, este é o elemento principal de todas as estratégias e orientações de marketing. Sem o famoso engajamento, nada seria efetivo… Seriam apenas boas imagens com frases bem construídas, de baixo impacto e pouca relevância na vida das pessoas.

Acontece que, na situação atual, há um combustível para este engajamento (seja do próprio governo, da imprensa, de outras pessoas com ideias diferentes). No momento da sinapse coletiva, surge o maior fator motivacional de todos: a indignação.

Mas como, efetivamente, essa “revolta” deu às redes sociais um viés público, político e social? Como foi injetada no país uma boa dose de patriotismo e comprometimento nos moldes da “Primavera Árabe”? Como protestantes virtuais tornaram-se efetivos manifestantes?

Historicamente, esse tipo de ação popular era articulada por (e/ou associada a) Movimentos Estudantis, como União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Diretório Central dos Estudantes (DCE), normalmente ligados a partidos políticos, onde há uma liderança nítida e “de pulso”.

Hoje, esse tipo de controle não é mais necessário (afinal, há aderência e comprometimento das pessoas por espontânea vontade, e não por acompanhar um alguém de referência) e as redes sociais tornaram-se o “ponto de encontro” daqueles que têm se sentido desconfortáveis com os rumos políticos/econômicos do país.

As pessoas criam eventos, convocam seus amigos, compartilham vídeos e fotos e, em decorrência disso, surge uma sequência arrasadora de passeatas, incluindo o grande encontro do dia 17 de junho, que aconteceu em diversos Estados brasileiros, simultaneamente, resultando em milhares de indivíduos protestando nas ruas.

Em uma conta por alto – já que carece de fontes – foram mais de 200 mil pessoas presentes no Rio de Janeiro, 65 mil pessoas em São Paulo, 20 mil em Minas Gerais, 10 mil no Rio Grande do Sul, no Paraná e no Distrito Federal, 13 mil no Pará, 5 mil no Espírito Santo e no Ceará, 4 mil na Bahia e 2 mil em Maceió e em Pernambuco. Isso sem contar outras ainda em terras tupiniquins e as realizadas por brasileiros fora do país.

Focando na “questão online” da coisa, os dados são extraordinários:

• No domingo (16 de junho), foram mais de 6.674 tweets com a hashtag “#protestorj” desde às 16h;
• De acordo com o Topsy, nos últimos dois dias, foram mais de 10 mil tweets com a hashtag “#changebrazil”;
• No dia 17 de junho, ficou nos Trending Topics mundiais a hashtag “#AbaixoRedeGloboPovoNaoÉBobo”, uma crítica à emissora por supostamente boicotar as manifestações;
• O vídeo sobre como a brutalidade da polícia marcou o protesto em São Paulo, produzido pela Folha de São Paulo – que apresenta o relato da jornalista Giuliana Vallone (atingida por uma bala de borracha no olho) – tem mais de 1.470.000 visualização e 19 mil curtidas no YouTube;
• No Instagram, foram mais de 7.800 fotos compartilhadas com a hashtag “#protestosp”;
• Foram criados mais de 136 eventos no Facebook convocando as pessoas para participarem dos protestos em cidades brasileiras somente no dia 17 de junho. No exterior, foram 47;
• Já são mais de 16.700 compartilhamentos no post do Portal Terra sobre os manifestantes na rampa do Congresso;
• Algumas expressões viralizadas nas manifestações foram retiradas de comerciais – como é o caso de “Vem pra rua” (em referência ao comercial da Fiat que já tem mais de 89.1oo exibições no YouTube) e “O Gigante Acordou” (uma alusão ao comercial do Johnnie Walker, com mais de 793.550 views na mesma rede).

Vale destacar, ainda, o Mapa Colaborativo desenvolvido para aqueles interessados em ir aos protestos. Através do site, é possível ver e enviar relatos das manifestações em todo o Brasil, a fim de alertar aos participantes sobre que está acontecendo de mais relevante em cada região.

A verdade é que esse já é o movimento do tipo que mais repercutiu na internet brasileira e, em termos de mobilização popular, está bem próximo de alcançar o marco dos “Caras-Pintadas” – última grande manifestação do povo brasileiro – já que outros encontros estão marcados para acontecer em breve.

E, afora qualquer opinião pessoal, não há dúvidas de que esse é um novo marco para o país, no qual a internet e seus colaboradores não podem mais ser desconsiderados. A internet tem força, as redes sociais têm força, e elas estão construindo uma nova ponte de informação e interação entre a população. Nesse cenário, o engajamento é o elo e a atitude, o grande instrumento de transformação.

http://www.onmarketing.digital/noticias/o-papel-das-redes-sociais-como-fio-condutor-das-manifestacoes-no-brasil/
http://tectriadebrasil.com.br/blog/o-poder-das-midias-sociais-nas-manifestacoes-populares/